Projeto GAMS será apresentado no Paraná durante a mostra Saúde é Meu Lugar

Grupo de adolescentes amplifica informações de saúde a outros jovens

Publicada em 31/08/2017 - Atualizada em 17/10/2024
Integrantes da GAMS se apresentam para a turma de 5ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Presidente Deodoro da Fonseca - Foto: Karina Moraes/Imprensa PMNH

Imagine ser jovem e poder perguntar em público e à vontade sobre tudo aquilo que te aflige, inclusive, os assuntos mais delicados. E o melhor: sem precisar dar início à conversa com “meu amigo quer saber...” Pois é exatamente o que possibilitam os integrantes do Grupo de Adolescentes Multiplicadores de Saúde (GAMS). Todos são alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Francisco Xavier Kunst, no bairro Canudos, e têm o papel de falar de igual para igual com a galera em sala de aula durante visitas a colégios da rede municipal. E a linguagem é sempre simples, franca e direta.

O trabalho do GAMS é, antes de tudo, de mobilização social e com vistas ao atendimento de interesse público. Tanto que o projeto irá agora ampliar a sua visibilidade. Por acompanhar o desenvolvimento do grupo desde o início de sua implantação, há três anos, o agente comunitário de Saúde Carlos Giovani de Athayde inscreveu o projeto e foi confirmado pela organização entre os convidados que irão apresentar o GAMS na mostra “Saúde é Meu Lugar”. O painel traz vivências nos territórios brasileiros, em uma promoção da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ESPN/Fiocruz).

Athayde irá participar do evento regional realizado na Escola de Saúde Pública do Paraná, em Curitiba, que ocorre nos dias 12 e 13 de setembro. A ideia é colocar à disposição a proposta para que possa ser replicada em outras cidades da Região Sul e, por consequência, Brasil afora.

Escola Deodoro da Fonseca recebe a visita do grupo

Nesta semana, a EMEF Presidente Deodoro da Fonseca recebeu visitas do GAMS. Higiene pessoal foi o tema proposto pela comunidade escolar. Estudado e preparado pelo grupo de multiplicadores de informação, como se fosse um tema de casa, o assunto foi exclusivamente tratado com a 5a série do Ensino Fundamental do colégio no bairro Canudos.

De acordo com a professora Débora Moraes, a equipe de orientação pedagógica da Deodoro propôs que o GAMS ajudasse a tratar do assunto que já faz parte da proposta curricular. “A gente está justamente trazendo para a sala de aula a questão do corpo e os cuidados com a saúde”, explica. “E precisamos passar as informações corretas e de maneira que os alunos guardem bem as dicas, o que torna a participação do GAMS muito bem-vinda.”

A estudante Cassiana Fernanda de Almeida, 15 anos, diz que vale bastante a pena usar o seu tempo livre para participar da turma do GAMS. Ela comenta que se trata de um trabalho voluntário que dá resultado. “Em uma roda de amigos, a gente nem sempre recebe a informação certa”, compara. “Ao contrário do que acontece quando a gente está nesse grupo de alunos que faz seus encontros em um posto de saúde.” Para o também estudante Guilherme Kucner, 13, o GAMS traz uma outra forma de aprendizado e até ajuda um pouco na desinibição. “O GAMS é o grupo, mas eu ajudo a escolher os assuntos e montar os slides”, comenta.

SAIBA MAIS

Implantado em 2014, o GAMS tem as suas reuniões no contraturno das aulas na EMEF Francisco Xavier Kunst. Todas as segundas-feiras, com recessos nas férias escolares, a Unidade de Saúde da Família (USF) Morada dos Eucaliptos serve de sede dessa equipe para alinhar as pautas da comunidade escolar com as informações assertivas sobre saúde, conforme orientações de agentes comunitários.

O GAMS segue o que preconiza o Ministério da Saúde, por intermédio do Programa Saúde na Escola (PSE), ao assinalar a importância das boas práticas na atenção básica a essa faixa etária jovem. E o objetivo é tornar mais eficazes tanto as ações de prevenção a doenças quanto a promoção do bem-estar e o enfrentamento a agravos à saúde.

A mostra “Saúde é Meu Lugar”, que contará com a narrativa de Athayde sobre o GAMS em Curitiba, no Paraná, visa a reunir e divulgar os projetos baseados nas experiências de profissionais de Saúde nos territórios brasileiros. Na programação constam a exposição das histórias recebidas, as oficinas criativas, a coleta dos relatos e as rodas de conversa.

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