Descarte correto de medicamentos protege vidas e o meio ambiente

Secretaria Municipal de Saúde orienta sobre o destino adequado de fármacos, objetos perfurocortantes e embalagens de remédios

Publicada em 23/01/2018 - Atualizada em 16/10/2024
O trabalho de destinação de resíduos começa em casa ao se acondicionar materiais em garrafas de plástico que representam alto risco de ferimentos e contaminação - Foto: Karina Moraes/Imprensa PMNH

Sabe aquele medicamento vencido que você guarda em uma gaveta do banheiro? Ou o remédio que ainda está na validade, mas você não precisa mais? E, ainda, seringas, ampolas e agulhas descartáveis que, de quebra, podem causar ferimentos em quem venha a manusear o material de maneira desavisada? Pode parecer difícil conter o impulso de querer se livrar logo desses resíduos… é ou não é? Mas nem pense em colocar produtos que são altamente poluentes e contaminantes – mais os instrumentos que perfuram e cortam – no lixo doméstico! E nada de fazer o descarte no vaso sanitário, em pias e ralo abaixo!

A fim de facilitar o acesso de toda a comunidade a um ecoponto de fármacos, a Farmácia Comunitária de Novo Hamburgo tem um endereço central e de fácil acesso. A unidade está localizada no número 20 da Rua Domingos de Almeida, quase esquina com a Rua Bento Gonçalves, onde grande parte do descarte pode ser feito pela população, mesmo que os produtos tenham sido adquiridos em estabelecimentos privados.

Com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8 às 16h30, a Farmácia Comunitária só fecha mais cedo ao público na quarta-feira, às 15h30, para organização e capacitações de funcionários. E é ali que quem faz uso continuado de medicações, como pacientes com diabetes e pressão alta, por exemplo, costuma entregar volumes maiores de itens descartados, de uma só vez. “A equipe está apta a fazer esse tipo de acolhimento”, diz a gerente da Farmácia Comunitária, Janice Rhoden. Ela informa que a unidade conta com os práticos coletores amarelos para perfurocortantes.

Perigo nem sempre à vista

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica como perfurocortantes os instrumentos que contenham cantos, bordas, pontas rígidas e finas. E há um agravante, além da chance de se ferir: acidentes com esses materiais podem transmitir doenças infectocontagiosas.

Os garis, por exemplo, acumulam acidentes de trabalho por serem surpreendidos quase que diariamente por objetos pontiagudos e cortantes colocados de maneira irresponsável no lixo doméstico. Por essa razão há na rede de atendimento os coletores amarelos de papelão resistente, identificados com a palavra “perfurocortantes”, que seguem normas técnicas específicas (foto). São próprios para o uso de profissionais da área médico-hospitalar e estão disponíveis, além da Farmácia Comunitária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF) em Novo Hamburgo. Também são encontrados no Hospital Municipal.

Garrafa pet facilita o transporte de perfurocortantes

As garrafas pet, segundo Janice, são adequadas ao transporte de materiais que oferecem maiores riscos. E a destinação adequada é mediada pelos profissionais da unidade. “Fazemos o acondicionamento correto dos resíduos e enviamos para o almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde, onde os itens são incinerados por uma empresa responsável pelo serviço”, explica Janice. “Não podem ser colocados no lixo comum em hipótese alguma.”

Os problemas ambientais causados pela destinação de medicamentos envolvem também suas embalagens. Frascos, bisnagas, sachês, cartelas de comprimidos e vidros são invólucros que ficam contaminados. Esses materiais protegem os remédios e são escolhidos pela indústria farmacêutica para aumentar a sua vida útil, o que contribui com a degradação de ecossistemas e risco à saúde quando depositados no solo. O procedimento de queima, em fornos e usinas apropriados, é a melhor solução. E a natureza agradece pela atitude de bom senso e responsabilidade socioambiental.

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Embalagem especial para objetos perfurocortantes