Dentro do Programa Saúde na Escola (PSE), mantido pela Prefeitura de Novo Hamburgo, está a formação de um grupo de jovens multiplicadores. Alunos de escolas municipais, estaduais e particulares, eles se reúnem todas as quintas-feiras para instruções sobre sexualidade e cuidados com o corpo. Depois, dentro de suas escolas, eles ficam encarregados de passarem as informações para seus colegas. O trabalho do grupo de multiplicadores adolescentes, intitulado Saúde e Prevenção na Escola, chamou a atenção do Ministério da Saúde. A pasta conta com um Laboratório de Inovação em Boas Práticas na Saúde de Adolescentes e Jovens, que está analisando projetos exitosos nessa temática em todo o País.

Na tarde de terça-feira, 27 de maio, a comissão técnica do Laboratório, formada pelas professoras Maria Helena Ruzany e Maria Ignez Saito, se reuniu com o comitê gestor do PSE e com os cerca de 30 estudantes multiplicadores. O encontro, realizado na sede da organização não-governamental Equipe Voluntária Brasil, permitiu o diálogo entre os alunos e as pesquisadoras a respeito das práticas desenvolvidas. Maria Helena parabenizou os estudantes pela iniciativa. “Os pais, os agentes de saúde e os professores não falam a mesma linguagem de vocês. É essencial que este projeto permaneça ativo e amplie seu número de participantes, porque é muito importante esse diálogo para a prevenção ser de jovem para jovem”, destacou.

O projeto

Os estudantes se reúnem semanalmente para um trabalho de formação com profissionais da área da saúde. A partir disso, eles se reúnem com um professor coordenador dentro de cada escola, para a elaboração de atividades como oficinas, diálogos com as turmas e brincadeiras. Uma das multiplicadoras, a aluna da Escola Municipal de Ensino Fundamental Machado de Assis Djenifer Machado, 12 anos, já integra o projeto há dois anos. “A grande diferença que o nosso trabalho traz é que os adolescentes se mostram mais dispostos a nos ouvir do que a adultos. É mais fácil falar com um amigo”, ressaltou. A pesquisadora Maria Ignez enfatizou a importância do sucesso do projeto. “Vivemos em uma sociedade erotizada, mas, ao mesmo tempo, hipócrita quanto a isso. Abordar a sexualidade nessa idade não é um incentivo à antecipação da prática sexual, mas uma conscientização para a prevenção de doenças. Esses jovens multiplicadores conseguem ter acesso a outros adolescentes”, pontuou.

O PSE

O Município aderiu ao Programa Saúde na Escola do Governo Federal em 2013, implantando um serviço multissetorial envolvendo profissionais das Secretarias de Desenvolvimento Social (SDS), Educação (SMED) e Saúde (SMS) e da Coordenaria de Políticas Públicas para a Juventude (CPJuventude). Durante o primeiro ano, o programa instalou cinco pontos de atuação, realizando ações de prevenção conjuntas entre escolas e unidades de saúde para 1.150 alunos. A intenção para o próximo período é duplicar o número de jovens atendidos.