Em Novo Hamburgo, as oportunidades para retomar os estudos têm se ampliado por meio dos programas Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Essas iniciativas oferecem alternativas acessíveis e flexíveis para quem deseja concluir os estudos, seja retomando o ensino fundamental, conciliando a educação com as diversas responsabilidades do dia a dia. Com o apoio dessas modalidades, os moradores da cidade encontram caminhos para ampliar suas qualificações, melhorar suas perspectivas profissionais e garantir um futuro mais promissor.

A educação de jovens e adultos de Novo Hamburgo reúne histórias de vida marcadas por recomeços, que após anos longe da sala de aula, decidiram retomar os estudos e encarar o desafio de voltar.

“Estar aqui me deixa emocionada, pois é um trabalho que sempre quis ter”, compartilha a professora alfabetizadora Eroni Ferreira da Silva Cerveira. Eroni conhece bem o caminho que seus alunos estão percorrendo. Ela mesma teve que abandonar os estudos aos 13 anos. Só voltou aos 44, e depois de concluir o ensino fundamental e médio, formou-se em pedagogia.

Hoje, diante da sala cheia, ela transforma sua própria trajetória em inspiração. “Eu passo para as minhas alunas que elas nunca desacreditem delas mesmas. Nunca é tarde para estudar. O conhecimento nos faz voar. Temos a oportunidade com o estudo de mudar a nossa realidade e a dos que estão em nossa volta”, afirma a educadora.

A fala da professora ecoa entre os alunos, a aposentada Terezinha da Cunha Reis, 64 anos, é uma das que se emociona ao relembrar sua história. “Eu parei de estudar aos 13 anos e voltei após 51 anos. Pretendo continuar e ser uma boa estudante, amanhã, quem sabe, eu não faça uma faculdade. Nunca é tarde pra recomeçar”.

Para a dona de casa Mari Glaucia Klein de Mattos, 59 anos, a possibilidade de voltar aos estudos veio como um reencontro com um antigo sonho. “Eu não tive oportunidade quando era mais jovem e tinha o sonho de continuar. A professora é minha grande inspiração, tem uma história como a nossa. Tô gostando muito”.

Com os cadernos abertos e palavras escritas com capricho, a dona de casa, Maria Tereza Floriano do Nascimento, 55 anos, conta a sua experiência. “Quando eu era criança, nunca tive chance de estudar. Eu morava na colônia, precisava trabalhar e cuidar dos irmãos pequenos. Agora estou feliz em estudar, já aprendi a escrever meu nome completo e quero continuar”.

A história se repete, com nuances diferentes, nas palavras da dona de casa, Cláudia Sara de Oliveira, 56 anos. “Eu nasci em uma família pobre e meu pai não tinha condições de dar material de aula pra gente estudar, mal e mal eu consegui escrever meu nome e ler um pouquinho. Agora eu tô aqui aprendendo, estou muito feliz. Quem parou o estudo, que volte a estudar, faz muita diferença na vida”.

A aposentada Lurdes da Rosa, 67 anos, também sabe o que é interromper um sonho cedo demais. “Tô muito feliz, porque eu não tive muita oportunidade quando nova. A gente morava na roça e eu precisava ajudar minha mãe, saí na segunda série. Depois eu ia treinando com livros sozinha, mas agora eu estou aprendendo a cada dia mais e meu desejo é continuar”.

O desejo de continuar também move a dona de casa Maria Terezinha de Mendonça, 60 anos. “Eu estou feliz por estudar aqui, porque eu não tive oportunidade quando era criança. Meu pai não deixava eu ir na escola, ele dizia que as professoras não iam dar comida na mesa da gente e eu tive que ir trabalhar. Agora eu estou muito feliz, estou aprendendo a ler e escrever”.

Como participar

Interessados em participar das turmas de EJA podem procurar diretamente as escolas. Atualmente, as que oferecem a modalidade no Município são as EMEBs Boa Saúde, Elvira Brand Grin, Eugênio Nelson Ritzel, João Baptista Jaeger, Maria Quitéria e Senador Salgado Filho.

Para participar do PBA, as inscrições também podem ser feitas nas EMEBs João Baptista Jaeger, Maria Quitéria e Praça CEU.

O pedido de matrícula também pode ser feito diretamente no site.