CEPIC celebra 40 anos como pioneiro da educação tecnológica no Brasil

Linha de apoio
Centro de Informática Educativa de Novo Hamburgo é referência nacional em inovação pedagógica e inclusão digital desde 1985
Publicado em 28/05/2025 - Editado em 28/05/2025 - 17:18
Centro de Informática Educativa de Novo Hamburgo é referência nacional em inovação pedagógica e inclusão digital desde 1985
A origem do CEPIC remonta ao projeto “Educação e Mudança – Do aipim ao computador”
Crédito
Arquivo CEPIC

No dia 1º de junho, o Centro Municipal de Informática Educativa (CEPIC) de Novo Hamburgo completa 40 anos de atuação, reafirmando seu papel de vanguarda na integração das tecnologias digitais à educação pública brasileira. Criado em 1985, o centro é reconhecido por ter democratizado o acesso à informática nas escolas municipais e formado gerações de estudantes e professores na cultura digital.

A origem do CEPIC remonta ao projeto “Educação e Mudança – Do aipim ao computador”, uma proposta inovadora à época que combinava saberes tradicionais, como agricultura e hortas, com o ensino de informática, refletindo uma abordagem abrangente e progressista para a inclusão educacional. A iniciativa era inédita na América Latina e visava aproximar as comunidades mais distantes da tecnologia, contribuindo para transformar a realidade de milhares de alunos da rede pública de ensino.

Um marco na história da educação brasileira

Idealizado com apoio do então secretário de Educação, Ernest Sarlet, o projeto teve seu início viabilizado com a aquisição de um único computador, graças ao apoio de empresários locais. O CEPIC logo firmou parceria com o Laboratório de Estudos Cognitivos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e passou a formar professores para o uso da linguagem de programação LOGO, voltada ao desenvolvimento cognitivo infantil.

O professor aposentado Flávio Luiz Keller, que integrou a primeira turma do CEPIC, relembra com orgulho o começo da trajetória. “Trabalhamos inicialmente com um pequeno grupo de alunos, desenvolvendo projetos de informática com programação LOGO. Foi uma experiência pioneira que abriu caminho para uma nova forma de aprendizagem. Ver a evolução, de um único computador para uma estrutura tecnológica consolidada, é uma grande satisfação”, conta.

Expansão e inovação contínua

A partir de 1987, o CEPIC deu início ao processo de descentralização, criando subcentros de informática em diversos bairros de Novo Hamburgo. Com o tempo, o centro incorporou novas ferramentas e metodologias pedagógicas, consolidando-se como referência em formação de professores e assessoria pedagógica para o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) nas salas de aula.

Para a professora assessora de tecnologia Alexandra Rita Flores, a evolução do trabalho ampliou o papel da informática educativa na prática docente. “Com laboratórios em cada escola, passamos a pensar a tecnologia não só como atividade extracurricular, mas como parte do processo pedagógico. Hoje, trabalhamos com ensino baseado em pesquisa, potencializado pelos recursos tecnológicos”, afirma.

Inspiração além dos limites de Novo Hamburgo

A coordenadora do CEPIC, Janaína de Matos Magagnin dos Santos, reforça o caráter visionário do centro. “O trabalho pioneiro do CEPIC inspirou iniciativas estaduais, como o projeto de informática educativa do governo do Rio Grande do Sul, e até programas federais, como o ProInfo. Renovamos constantemente nossos processos e equipamentos para acompanhar as transformações tecnológicas e seguir promovendo a inclusão digital”, ressalta.

Atualmente instalado no prédio do Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), o CEPIC segue oferecendo formação continuada a educadores e atende estudantes em contraturno escolar com projetos de inovação e conta com desktops, chromebooks, tablets e smartphones para atender a diferentes projetos e perfis de aprendizagem. Segundo Elisandra Henz, também assessora de tecnologia, a missão permanece atual. “Continuamos focados na formação de professores e na assessoria às escolas. O atendimento aos alunos com projetos em contraturno voltou com força total”, destaca.

Palavras-chave
CEPIC