A passagem do Dia Internacional da Síndrome de Down, em 21 de março, contou com uma ação inédita no Município em relação ao tema. A partir dessa quinta-feira, em evento realizado para 120 espectadores na Casa das Artes e voltado a capacitação e lançamento da nota técnica 01/2019, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lançou a Linha de Cuidado da Criança com Síndrome de Down. Por meio da nota técnica, a pasta municipal sugere diretrizes aos neonatologistas e pediatras das maternidades hamburguenses até o acolhimento às famílias dos recém-nascidos.



O encontro reuniu poder público, iniciativa privada e meio acadêmico nas áreas de saúde, assistência social e educação. Durante a sua fala, na abertura do evento, o secretário de Saúde, Naasom Luciano, fez questão de destacar o papel relevante dos coordenadores de Políticas Públicas da Saúde junto à comunidade de Novo Hamburgo. “Na sociedade em que vivemos hoje, na qual impera o individualismo, é extremamente salutar que possamos incluir o amor em nossa agenda, como ocorre nas coordenadorias da secretaria”, ressaltou. “A universalidade do SUS, apesar dos desafios que enfrentamos, é a salvação a milhões de brasileiros e, seguindo o princípio do sistema público, a Linha de Cuidado da Criança com Síndrome de Down apresenta o fluxo de acesso a serviços de saúde e garantia de direitos sociais, com foco na busca por melhorar a qualidade de vida do indivíduo e tornar a pessoa com a síndrome o mais autossuficiente possível.”

 

Elaborada pela Coordenadoria Municipal das Políticas de Saúde da Pessoa com Deficiência, da Criança e do Adolescente e da Mulher da SMS, a Linha de Cuidado da Criança com Síndrome de Down resulta de um trabalho conjunto entre poder público e a Associação dos Familiares e Amigos do Down 21 (AFAD-21). “O fluxograma de encaminhamento se alinha ao avanço da informatização da Saúde em Novo Hamburgo e, acredito, poderá servir de modelo a outros municípios”, destacou a coordenadora da Política de Saúde da Pessoa com Deficiência, Cler Oliveira. “Foi gratificante ver a participação intersetorial, porque sem a sustentação dos três pilares (saúde, assistência social e educação) não seria possível implementar esse fluxo de atendimento em Novo Hamburgo”, ressalta Cler.



Painelista do encontro, o médico neonatologista Paulo Sérgio da Silva Mário, integrante da Política de Saúde da Criança e do Adolescente, destacou que o objetivo de se trabalhar com o tema da síndrome de Down com os profissionais está na busca pela melhoria no acolhimento às famílias, que passa por constante processo de humanização nos serviços de assistência. “O pediatra tem que estar disponível não apenas para dar a notícia, mas para dizer o que vem a seguir”, enfatizou. “E se torna necessária uma rede de apoio ainda maior, com parentes da criança, além dos pais, sempre em respeito ao tempo de cada família, pois há um processo de perda do bebê imaginário.” Segundo o médico, as capacidades e potencialidade da pessoa com síndrome de Down devem ser apresentadas, com disponibilidade a constantes esclarecimentos, tanto às equipes quanto aos familiares.



A presidente da AFAD21, Ana Paula Noronha, acompanhada pela diretora da entidade, Debora Schuch, e a enfermeira responsável pelo projeto Amigos do Bebê, da Prefeitura de Novo Hamburgo, Katia Fortes, integraram o painel que apresentou os serviços de apoio no Município.  Pelo preceito da intersetorialidade, também tiveram seu espaço de fala ao público, ao fim da tarde, as coordenadoras de Políticas Públicas para a Saúde das Mulheres, a enfermeira Roberta Frank, e da Criança e do Adolescente, a psicóloga Magale de Camargo Machado.



Para representar a Secretaria de Desenvolvimento Social e o titular da pasta, Roberto Daniel Bota, estiveram presentes o técnico de Enfermagem do Setor de Nutrição e Saúde da SDS, Jeferson Xavier, e o Coordenador de Política da Pessoa com Deficiência, Raul Lourenço Becker.



O evento Linha de Cuidado da Criança com Síndrome de Down foi uma realização da Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), com apoio da AFAD-21 e Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva (Numesc).