SDS lança Programa Diálogo e Convivência com a Cultura Indígena na segunda-feira

Publicada em 16/04/2010 - Atualizada em 17/10/2024
Com o objetivo de construir uma relação respeitosa e inclusiva com as populações indígenas da região, a Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) lança na próxima segunda-feira, 19 de abril, o Programa Diálogo e Convivência com a Cultura Indígena. O evento acontecerá na Praça do Imigrante, Centro da cidade, das 15 às 17 horas, e contará com a presença de integrantes da Aldeia Kaingang Por Fi, de São Leopoldo e de representantes do Conselho de Missão entre Índios (COMIN), além de autoridades locais.

Conforme a secretária de Desenvolvimento Social, Jurema Guterres, o projeto foi desenvolvido porque a SDS tem como prioridade o atendimento às populações em situação de risco social, e as comunidades indígenas que circulam em Novo Hamburgo se enquadram nesta condição. De acordo com Jurema, a secretaria é frequentemente questionada sobre o fato das crianças indígenas estarem nas sinaleiras e ruas, vendendo artesanato ou pedindo esmolas, por isso é necessária alguma ação no sentido de compreender o caso e verificar se há necessidade de intervenção. “Estamos desenvolvendo este trabalho para entendermos como a população indígena trata estes temas e podermos propor soluções com diálogo e consenso. Não podemos simplesmente adotar atitudes externas, que sejam impostas a essas pessoas”, pondera a secretária.

De acordo com a SDS, a população indígena presente nas ruas da cidade provém da aldeia Por Fi, de São Leopoldo. Por isso, esta primeira atividade do programa buscará resgatar e divulgar junto à comunidade hamburguense a história e cultura deste povo através da exposição de aspectos como culinária, artesanatos, danças, cantos, brincadeiras e religiosidade. Na ocasião também será apresentado ao grupo indígena outro projeto da SDS, o Fazendo Direito, cujo objetivo é capacitar pessoas leigas na compreensão dos Direitos Humanos, para que estejam aptas a cobrar sua prática nas ações do poder público. Em caso de chuva, o evento será transferido para a quinta-feira, 22 de abril, no mesmo horário e local.

Parceiros do evento:

COMIN – O COMIN coordena e gestiona a política indígena da Instituição Sinodal de Assistência Social, Educação e Cultura (ISAEC), através do Departamento dos Assuntos Indígenas (DAI). Atua diretamente com vários povos indígenas no país, bem como com a sociedade envolvente. O COMIN foi responsável pela intermediação inicial do diálogo entre a SDS e a Aldeia Por Fi.

Feevale – Realizará no local exposição de banners do Programa de Extensão Identidade, Etnia e Gênero (NIGERIA), com destaque para seu Projeto Múltiplas Leituras.

SMED – A Secretaria de Educação e Desporto (SMED) estará presente através de Exposição Fotográfica do acervo do trabalho que vem realizando com a Aldeia Por Fi desde 2006 e também com Painel sobre a Formação realizada recentemente com os Profissionais da Educação, COMIN e Faculdade EST. Farão parte do público do evento crianças da Rede Municipal de Ensino.

SECULT – parceira na produção do evento com intuito de promover e dar visibilidade à cultura indígena.

SEDETUR – comercialização dos produtos em parceria com a Economia Popular e Solidária no Município.

Guarda Municipal de NH – Está comprometida em dar atenção às crianças e suas mães que vendem seus artesanatos nas esquinas.

Conselhos Tutelares – responsável pelo fiscalização do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, compreende que esta atenção deve ser estendida às crianças indígenas.

Um pouco da História da Aldeia PorFi

Comunidade Por Fi: os indígenas chegaram em 1996 a São Leopoldo, com três grupos familiares. Inicialmente se instalaram junto ao Rio dos Sinos, depois às margens da BR-116, até o final de 2007. No início de 2008 mudaram-se para o bairro Feitoria, numa área cedida pelo Município, que hoje passa por trâmites para regularização.

A comunidade possui uma escola bilíngue anexa à E.E. Haidee Rostirolla e conta com uma população entre 100 e 120 pessoas.

Fonte: Programa de Extensão Identidade, Etnia e Gênero - NIGERIA/ Projeto Múltiplas Leituras que trabalha com formação de professores, principalmente no que diz respeito à questão indígena)