Restauração do Lar da Menina criará parque tecnológico e cultural

Publicada em 28/12/2012 - Atualizada em 17/10/2024
Prefeito reuniu-se com responsáveis pelo projeto de restauração do antigo Lar da Menina para assinatura do contrato de execução da obra - Foto: Diogo Fernandes
O bairro Hamburgo Velho receberá um novo cartão postal, repleto de história, cultura e desenvolvimento tecnológico. Isso será realizado graças a restauração do prédio que, erguido no final do século 18, abrigou o Lar da Menina de Novo Hamburgo. E para possibilitar esta restauração, que deve iniciar nos primeiros dias de janeiro de 2013, o prefeito Tarcísio Zimmermann assinou na manhã da sexta-feira, 28 de dezembro, em seu gabinete, o contrato de execução da obra. No total serão investidos R$ 2.580.000,00, dos quais R$ 2 milhões são oriundos de um convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e R$ 580 mil de contrapartida do Município.

O prédio, hoje em ruínas, com pontos em risco de desabamento, deverá abrigar um módulo da Hamburgtec, parque tecnológico urbano para empresas de economia criativa, além de espaços para exposições, memoriais, café e livraria, ludoteca e videoteca. “Toda a revitalização do espaço foi discutida em audiências públicas com a comunidade, principalmente moradores de Hamburgo Velho. Assim, constituímos uma obra conjunta, que levou em consideração as vontades da comunidade local”, explica o prefeito.

A restauração do antigo Lar da Menina está incluída no Plano Municipal de Desenvolvimento Integrado (PMDI), que prevê a recuperação do Centro Histórico de Hamburgo Velho, do Centro da cidade, do Parcão e da Sub-bacia do Arroio Pampa. A previsão de duração das obras é de 18 meses.

Sobre o Lar da Menina

Inicialmente chamado de "Evangelisches Stift" (Fundação Evangélica), o Lar da Menina foi fundado pelas irmãs Lina e Amália Engel, que adquiriram o prédio (construído em meados de 1886) que pertencia ao Sr. Jacob Kroeff, para nele realizarem um trabalho voltado para moças evangélicas. A iniciativa oferecia às alunas uma sólida formação moral e cristã, além de prepará-las para os encargos do lar e orientá-las como futuras mães.

Em 1895 as irmãs doaram o prédio ao Sínodo Evangélico Rio Grandense (hoje IECLB), e o local se transformou no Internato para Meninas de Novo Hamburgo. Com cerca de 60 alunas, houve a necessidade da primeira reforma. Em 1912, a casa foi novamente modernizada para poder receber um maior número de meninas. Entre as inovações, estavam a construção do segundo piso para dormitório de alunas e professoras. No local as moças recebiam aulas de Português, Religião, Música (aprendendo a tocar instrumentos como o piano), Pintura e Bordado.

No final da década de 90 um incêndio destruiu boa parte do prédio, que durante anos ficou abandonado. Com a iniciativa da atual Administração, a estrutura se tornará um importante ponto turístico, histórico e de preservação cultural da cidade.