Após reformas, Central de Reciclagem será reinaugurada
A inauguração da Central de Reciclagem de Novo Hamburgo marca mais uma etapa do projeto CataVida. A solenidade será no dia 10 de março, às 10 horas, na própria Central, que fica na Rua Benjamin Altmayer, 2660, Bairro Roselândia. O CataVida foi desenvolvido pela Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), com o objetivo de criar novos conceitos de responsabilidade socioambiental relacionados com o reaproveitamento de materiais para novas matérias-primas. Este projeto tem apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo (SEDETUR), em parceria com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), e Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM).
Para o prefeito Tarcísio Zimmermann, o CataVida é sobretudo, um método de inclusão social, com melhora da qualidade de vida, para promoção da cidadania participativa através da geração de trabalho e renda. “Fica difícil mensurar a nossa emoção em poder entregar essa obra. A Central de Reciclagem representa um marco na trajetória desse belíssimo projeto”, exalta Tarcísio.
A secretária de Desenvolvimento Social, Jurema Guterres, salienta o empenho exercido pelos participantes do CataVida. “Todos os catadores têm se esforçado para conseguirem sua emancipação social. A Prefeitura oferece essa oportunidade, mas o mérito do trabalho é todo deles. Além de ajudar na preservação do Meio Ambiente eles lutam pelo reconhecimento e valorização de seu trabalho”, argumenta.
Intervenção, capacitação, valorização e cidadania
Em dois anos, os 50 trabalhadores da Central de Reciclagem de Novo Hamburgo viram suas vidas mudarem por completo. Quando a atual Administração assumiu em 2009, encontrou os catadores em situação de semi-escravidão. Muitos dos trabalhadores não possuíam nenhum tipo de registro, como identidade, CPF, ou certidão de nascimento. A cooperativa existente beneficiava apenas uma pessoa, com exploração da mão-de-obra dos catadores de materiais recicláveis, como explica a gerente de Renda e Cidadania da SDS, Vera Rambo. “A única solução encontrada pela Prefeitura foi uma intervenção no local. Ocorreu a suspensão da antiga cooperativa e a criação de uma nova, com organização dos próprios trabalhadores, que foi contratada pela Prefeitura para executar o serviço de triagem”, revela Vera.
A partir disso, a Prefeitura desenvolveu um processo de formação para os catadores, com a oferta de curso de capacitação de 80 horas/aula. “Foi encaminhada a confecção dos documentos pessoais de cada um. No curso, as pessoas envolvidas receberam instruções sobre cidadania, direitos e deveres; organização do processo de trabalho e organização coletiva para associações ou cooperativas”, completa Vera.
Novos rumos
Hoje os trabalhadores conseguem reciclar cerca de 60 toneladas por mês. Com a conclusão das obras, inicialmente a meta é dobrar a produção. O reciclador Sidnei Carlos Esper, 24 anos, demonstra muito otimismo com a inauguração da Central de Reciclagem. “Vai melhorar muito nossa condição de trabalho. Não vamos mais ficar no sol e na chuva. Já estamos vendo os resultados com a valorização de nosso trabalho. Agora poderemos render mais”, comemora Esper.