Projeto Laços de Amor reforça a autoestima e o conhecimento de leis e direitos das mulheres
Iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SDS) trabalha na prevenção e identificação de situações de violência doméstica

“Eu e meu marido brigávamos muito, ele me batia, desconfiava de mim, achava que quando eu fazia trabalhos voluntários na minha comunidade, ajudando famílias e mães de bebês recém-nascidos, eu o estava traindo. Ele foi preso, mas a gente ainda se encontrava por que eu não conseguia deixá-lo”. Este relato foi parte do testemunho de uma das mulheres que participam do projeto Laços de Amor, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SDS), na tarde de quinta-feira, 15.
A iniciativa marca todo o mês de março, em alusão ao Dia da Mulher, 8, com uma série de rodas de debate visando a identificação e prevenção de situações de violência. A edição desta quinta-feira foi na sede do Viva Mulher, no Centro, integrando as comemorações dos 7 anos do programa. Confira abaixo a programação completa do ciclo de encontros do Laços de Amor.
Histórias de superação
Em toda a cidade há encontros com este tema, beneficiando mulheres que já são atendidas pela rede de apoio da Prefeitura. O trabalho, entre outros aspectos, é para transformar históricos de violência em relatos de superação, como aconteceu com a mulher que conta a história na abertura desse texto. Ela e o agressor passaram a ser atendidos por programas assistenciais e, apesar de não estarem mais juntos, como marido e mulher, a relação é outra. Há respeito, ele voltou a visitar as filhas e a vida segue, como tem de ser.
Durante as conversas que fazem parte do Laços de Amor, as mulheres têm a oportunidade de falar de seus problemas, mas também passam a ter noção dos seus direitos a partir de leis como a Maria da Penha. “Quando elas têm conhecimento, começam a entender como se defender, elas tomam coragem para pôr fim a situações de abuso e violência, porque sabem que não vão perder a guarda dos filhos ou a casa onde moram, como muitos agressores ameaçam”, diz a coordenadora do Viva Mulher, Elis Regina Barros.
É preciso denunciar
Esses encontros também servem para ajudar a identificar situações que necessitam de comunicados imediatos a autoridades policiais e de saúde, como abuso sexual e agressão física. “Esses casos devem ser denunciados porque as mulheres ou crianças agredidas podem ficar com sequelas, como doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo”, explica a enfermeira Arlete Musa, que atua na Vigilância em Violência.
Elis Regina coordenou o bate-papo sobre autoestima e sobre o não sentir culpa. “A mulher sente muita culpa em relação à sua posição dentro da família e em relação às decisões que gostaria de tomar. Por que ela não pode voltar a estudar? Por que ela tem obrigação de saber cozinhar ou de fazer uma boa faxina? Por que ela não pode delegar isso tudo a uma pessoa que ela quer contratar para cuidar de sua casa? Por que ela as meninas precisam ouvir que ‘já podem casar’ por que sabem fazer um bolo?” Questões que, diz Elis Regina, devem ecoar a todo instante para que as mulheres entendam e aceitem sua posição na sociedade. Além disso, reforça a coordenadora, é preciso que as mulheres sejam cada vez mais parceiras umas das outras em estímulo e apoio mútuos, o que se chama sororidade.
Confira as atividades do projeto Laços de Amor
Dia, local e horário
16 – Cras Santo Afonso – 9h30 às 11h
16 – Uras Monteiro Lobato – 13h30 às15h
17 – Uras Bem Viver – 9h30 às 11h
19 – Uras Roselândia – 9h30 às 11h
20 – Cras Kephas – 13h30 às 15h
21 – Cadastro Único -13h30 às 15h
22 – Cras Primavera – 13h30 às 15h
23 – Cras Centro/Leme – 13h30 às 15h
23 – Centro POP – 9h30 às 11h
27 – Praça Ceu/Boa Saúde – 13h30 às 15h