Oficina Etnográfica pela Semana do Patrimônio Cultural relembra momentos e lugares na história

Memórias e histórias fizeram parte da tarde do último dia 24, na Secretaria Municipal da Cultura. Pela programação da Semana do Patrimônio Cultural de Novo Hamburgo, das 15 às 17h, a Casa Dalilla foi lugar da Oficina Etnográfica de Hamburgo Velho, ministrada pela arquiteta, urbanista e professora da Universidade Feevale, Dra. Suzana Vielitz.
A oficina propôs reconstruir memórias e pertencimento de um período da história pelas lembranças de 18 ex-moradores do Bairro Hamburgo Velho, em um diálogo sobre os lugares lembrados e sobre o mapa do bairro.
A tarde foi iniciada com a fala da ministrante, Dra. Suzana Vielitz, que apresentou sua pesquisa de doutorado e abordou sobre a importância das memórias como patrimônio cultural imaterial da nossa cidade. O encontro também contou com duas atividades que demostravam na prática as palavras de Suzana, uma análise de fotos e documentos separados em caixas temáticas que contavam a história do bairro e, logo depois, um mapa de redes sociais com as memórias das(os) próprias(os) participantes unindo momentos, afetos e lugares com fitas e post its coloridos.
“Eu fiquei encantada de estar no grupo e a gente olhando as fotos e lendo, eu li tudo que eu consegui ali das caixas e acredito que leria todo o trabalho dela, por que eu acho muito importante esse resgate, e a gente quer ver a possibilidade de trazer isso para os professores e jovens para termos uma continuidade”, elogiou Adriana Backes, 52 anos, professora e moradora de Novo Hamburgo.
Assim como as outras pessoas presentes, Adriana trouxe lembranças de sua infância e juventude, valorizando os espaços verdes e culturais do bairro. No final do encontro, as participantes puderam compartilhar as suas vivências e explicar o mapa colorido que haviam montado a partir de suas memórias compartilhadas.
“Oficina é isso, né? É trabalho em conjunto. Não vim aqui para dar uma palestra, queria fazer vocês trabalharem, perceberem as coisas que teriam dentro das caixas, que, na verdade, trazem memórias, trazem essa coisa de pertencer a um lugar e trazem também muito, muito mais esquecimento. Pois, nem tudo é possível capturar e registrar, isso que é legal desses encontros: a gente consegue construir a história”, explicou Suzana emocionada com o trabalho feito e as memórias relembradas.
Além da oficina, também fizeram parte da Semana do Patrimônio Cultural de Novo Hamburgo, a caminhada orientada com o Arquiteto e Urbanista Jorge Luís Stocker Júnior que contou com mais de 40 pessoas, e a Exposição “Caminhos Entrelaçados: Memórias de Novo Hamburgo após a Abolição” que fica aberta para visitações até esta quinta-feira, dia 31 de agosto.