Novo Hamburgo contemplada com recursos da Ancine

Novo Hamburgo caminha cada vez mais para entrar definitivamente na rota de grandes produções audiovisuais. A Agência Nacional do Cinema (Ancine) divulgou nesta semana, após reunião da Diretoria Colegiada da instituição, que o município teve proposta contemplada pela chamada pública de Coinvestimentos Regionais 2018. Com essa aprovação, a cidade passa a ter R$ 7.100.000,00 disponíveis para a realização de editais e projetos que priorizam produções e o incentivo ao audiovisual dentro da cidade. “É um momento referencial para a caminhada que iniciamos em busca da construção de uma nova matriz econômica na cidade, usando da indústria criativa e, principalmente, o audiovisual. Temos muito a comemorar", destaca o secretário da Cultura, Ralfe Cardoso.
Segundo Cardoso, a Secretaria Municipal da Cultura (SECULT) acompanhava de perto as atividades da Ancine para promover o setor audiovisual nos municípios fora do eixo Rio-São Paulo. “Desde o primeiro semestre de 2017, a SECULT vem buscando aproximação junto à Ancine para desenvolver uma grande política audiovisual em Novo Hamburgo”, explica o secretário.
Do valor total, R$ 5.650.000,00 são recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) que serão destinados para editais e R$ 1.450.000,00 são investimentos já planejados pela Administração através da aquisição de equipamentos e formação e capacitação, principalmente de jovens, nas escolas da Rede Municipal e na composição do Centro de Inovação Tecnológica. Agora, a SECULT passa a ser responsável por articular as ações que promovem o acesso ao recurso. “O próximo passo será a adequação do edital junto à Ancine e, nos próximos meses, o lançamento da concorrência para seleção dos projetos a serem contemplados”, explica Cardoso. “Selecionaremos filmes de longa metragem, produção de jogos, realização de um festival, ampliação da formação, pilotos de séries e projetos a serem desenvolvidos, pensados e criados a partir da nossa cidade. Isso tudo envolvendo ficção, documentários e animação”, adiantou.
Economia Audiovisual
De acordo com dados do Ministério da Cultura (MinC), a indústria cultural já responde por cerca de 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) Brasileiro. Destes, mais de 15% vem da produção audiovisual. O Ministério da Cultura considera como componentes da economia criativa os segmentos de artes cênicas, música, artes visuais, literatura e mercado editorial, audiovisual, animação, games, software aplicado à economia criativa, publicidade, rádio, TV, moda, arquitetura, design, gastronomia, cultura popular, artesanato, entretenimento, eventos e turismo cultural, organizados em quatro grandes grupos: patrimônio, artes, mídias e criações funcionais.
Polo Audiovisual de Novo Hamburgo
O Polo Audiovisual de Novo Hamburgo surge com a missão de desenvolver atividades que envolvam da formação ao fomento, estabelecendo parcerias com o objetivo de possibilitar a inserção do Município no circuito audiovisual, seja ele regional, nacional ou internacional. De acordo com a SECULT, as ações visam desde a clássica tela de cinema até a realidade de conteúdos disponíveis na internet.
Além disso, o projeto também visa a construção de uma política audiovisual para o município, com sistema legal, ações correlatas ao fomento, como atração de investimentos, apresentação do Polo a produtores. Dessa forma, Novo Hamburgo converge suas potencialidades, rearranjando iniciativas locais, alinhando-as a novas perspectivas e políticas públicas aptas a integração de esforços em busca da consolidação de uma nova matriz econômica.
Buscando estabelecer valores como compromisso, ética, formação permanente, inovação e zelo sociocultural, a iniciativa se baseia em 5 grandes eixos: Profissionalização (PRO), Responsabilidade Sociocultural (RSC), Formação de Público (FP), Estabelecimento de Rede Audiovisual (RAV) e Fomento (FO). Complementares e articulados entre si, esses eixos proporcionam que a cidade, sendo um polo audiovisual, seja capaz de atrair produções de porte pequeno, médio e grande, criando uma cadeia produtiva audiovisual, na qual os agentes locais sejam beneficiários diretos das ações.