Fabrício Carpinejar leva humor e autenticidade para a Feira do Livro
Autenticidade, conteúdo e humor caracterizaram a atração mais esperada da noite do penúltimo dia da 34ª Feira Regional do Livro: Fabrício Carpinejar. No Palco Principal, o jornalista e escritor, conhecido por sua convergência em rádio, televisão, jornal, web e literatura, debateu sobre amor e amizade.
Popular por seu senso de humor crítico, Carpinejar arrancou gargalhadas da plateia, composta por adolescentes, jovens e adultos. Com dinâmicas de interação, o multimídia empregou perguntas ligadas ao amor e ao relacionamento aos que o prestigiavam. Reverenciado por falar o que pensa, sem papas na língua e sem insultar a quem escuta, Carpinejar respondeu as perguntas do público que questionou sobre seu posicionamento em relação a opção sexual de cada indivíduo. “O meu grande medo é o preconceito invisível. Ele não diz, insinua, não abre o jogo”, pronunciou. “Para mim, sinônimo de orientação sexual é saber se posicionar em relação ao pensa e ao que sente”, declarou.
Analisando e debatendo sobre fatos cotidianos, o cronista deixou seu ponto de vista. “Hoje todo mundo quer ser elogiado, fazer selfie da palavra, mas ninguém fala suas ideias, seu ponto de vista, seus desejos”, articulou. “Hoje todo mundo quer ser aceito, ter likes e ser partilhado”, analisou. “Mas, para você ser sincero e autêntico você tem que ter uma cota de limites”, aconselhou.
Ao ser questionado sobre sua postura ao trabalhar em veículos de comunicação distintos e simultaneamente, Carpinejar pregou lições de moral. “Rádio e TV são passageiros; sucesso é passageiro. O que precisamos é valorizar quem vive conosco, o resto passa”, proferiu. “Você pode ter muito sucesso profissional, e sacrificar a tua família pela profissão”, continuou. “Sabe o que vai acontecer?”, questionou a plateia. “Você vai perder a sua família e um dia o teu emprego também, e não vai ter família para retornar. Por isso, valorize seu pai, sua mãe, todos que estão ao seu lado”, concluiu.
Bruna Monteiro, de 17 anos de idade, estudante de Publicidade e Propaganda, foi uma das jovens que prestigiou o bate-papo. “Admiro ele, pois encara a vida com senso de humor e transmite isso em suas palestras. Gostei muito da conversa. Achei divertida e descontraída”, relatou.
Interação
Com o intuito de mostrar que os problemas são originados e ampliados pelo psicológico de cada indivíduo, Carpinejar brincou e interagiu com a plateia. Sugerindo determinadas situações, ele chamava o público para mostrar o mais fácil e dinâmico modo de resolver o contra-tempo.
Tadzio Oswaldo, de 39 anos, um dos escolhidos pelo autor, admira o estado de espírito do jornalista. “Ele sabe alfinetar e posicionar-se com estilo em relação aos assuntos a ele apresentados”, constatou. “Sou um rato de biblioteca. Em casa tenho mais de 700 livros. Comprei bastantes livros aqui”, disse ele com o livro do autor na mão e já esperando pelo autógrafo.
Wesley Mello, de 16 anos, estudante do ensino médio, ficou sabendo na escola que o escritor estaria na Feira do Livro. “Como gosto de literatura decidi vir. Quem me disse que o autor estaria na feira foi minha professora”, contou. “O que me chama a atenção é a espontaneidade com que ele transmite o que pensa”, observou. “Pretendo estudar literatura e jornalismo”, revelou.
Articulado, Carpinejar falou sobre sua profissão. “Eu sou escritor, gosto muito de escrever”, comunicou. “Há a possibilidade de eu ser qualquer profissional” afirmou. “O escritor pode ser engenheiro no romance, arquiteto em um conto, pode ser qualquer outro profissional, pois ele escuta e vê como o outro vive”, declarou. “Eu estou no rádio, na televisão, mas sou escritor. E isso ninguém me tira”, concluiu o cronista.