“O coração formado pela fumaça das aeronaves foi a manobra mais bonita”. Essas foram as palavras do garoto Vitor Hoffmann, 8 anos, que assim como outros 3 mil hamburguenses, foi até o Aeroclube no bairro Canudos, na sexta-feira, dia 30 de setembro, e presenciou a apresentação do Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira (FAB), grupo conhecido mundialmente como Esquadrilha da Fumaça. A manobra relatada pelo pequeno hamburguense foi uma das últimas apresentadas pelo grupo, que se apresentou de forma gratuita, em uma promoção da Prefeitura de Novo Hamburgo. O espetáculo durou cerca de 45 minutos e contou com 55 acrobacias diferentes.

Para o capitão João Pivovar, 30 anos, que já atua há 14 anos na FAB, a apresentação foi emocionante. “Estou há um ano no Esquadrão, e esta foi minha primeira vez como locutor. Foi muito bom sentir a emoção e vibração do público”, destacou. A última apresentação da Esquadrilha da Fumaça no Município havia sido em 1997. Entre voos rasantes, piruetas, loopings e manobras que impressionaram o público, o locutor informava todos os detalhes em um amplo carro de som. Tudo isso com uma trilha sonora que ajudava a tirar ainda mais o fôlego dos presentes. As aeronaves chegaram a fazer voos de 200 pés (ou 60 metros de altura). O jovem Tiago Scheffer, 10 anos, aprovou a iniciativa. “Gostei de tudo. É muito legal e divertido ver os aviões fazerem isso”, citou, referindo-se às manobras.

Sobre a esquadrilha da Fumaça

A Esquadrilha da Fumaça surgiu na antiga Escola de Aeronáutica, no Rio de Janeiro, quando jovens instrutores de voo utilizavam suas horas de folga para treinar acrobacias em grupo. Este treino objetivava incentivar os cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas na instrução, motivando-os para a pilotagem militar. Foi em 14 de maio de 1952 que o grupo realizou a sua primeira demonstração oficial. Com o sucesso das apresentações, em 1953 foi acrescentado aos aviões (modelos NAT-6), tanques de óleo exclusivos para a produção de fumaça. Foi assim que os cadetes e o público, carinhosamente, batizaram a equipe de Esquadrilha da Fumaça. A primeira escrita foi a sigla FAB, nos céus da praia de Copacabana.