Referência em todo o Estado na preservação de documentos históricos, o Arquivo Municipal de Porto Alegre foi a inspiração dos servidores da Secretaria de Cultura (SECULT) de Novo Hamburgo na tarde de terça-feira, dia 9. Uma equipe do Arquivo Público de Novo Hamburgo, composta pelo historiador Nelson Bitelo, pela arquiteta Marina Simon, responsável pelo patrimônio histórico, e pelo arquivista Uriel Battisti, além da coordenadora de Projetos Socioculturais, Andrea Pavani, realizou uma visita técnica para conhecer o funcionamento do Arquivo da capital gaúcha, bem como projetos que possam ser aplicados no Arquivo hamburguense.

Responsável pelo espaço, a arquivista Vera Lucia Santos apresentou os setores do arquivo e fez um relato histórico do prédio que o abriga. Segundo ela, atualmente, são cerca de um milhão e trezentos mil documentos catalogados, todos disponíveis para consulta da população gratuitamente. O acervo porto-alegrense é exclusivamente público, com registros vindos tanto da Prefeitura, Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, como de outros órgãos. O arquivo mais antigo disponível é o “Livro de Ouro de Porto Alegre”, de 1764, onde consta o código de posturas do Município.

Vera relatou à equipe da SECULT todo o processo interno da entidade, desde a chegada dos documentos até a sua disponibilização à comunidade, passando pelos processos de identificação do material, higienização, manutenção, restauração e destinação para as salas de armazenamentos.

Além do Arquivo, os servidores hamburguenses conheceram um pouco das ações no setor de Patrimônio Histórico porto-alegrense, as áreas de atuação e o trabalho de tombamento desenvolvido na capital.

Métodos de armazenamento e de conservação

Um dos pontos altos da visita foi o acesso ao espaço onde estão preservados os documentos históricos. Ali, foi possível conhecer os métodos de conservação, climatização, formas de armazenamentos e os equipamentos necessários para garantir a durabilidade dos materiais. Outro momento importante da visita técnica foi a apresentação dos processos de restauração de documentos em estágio avançado de deterioração, no laboratório próprio do Arquivo de Porto Alegre.

O historiador Nelson Bitelo, um dos fundadores do Arquivo Público de Novo Hamburgo, enalteceu a visita. “Foi de grande importância o interesse da nova equipe da Secretaria em conhecer o Arquivo de Porto Alegre, pois, desde a implantação do Arquivo hamburguense, ele foi sempre o referencial, a base técnica para que pudéssemos pensar o organograma que buscamos aqui. O Arquivo de Porto Alegre traz o embasamento técnico do funcionamento de um arquivo quase perfeito, em todos os processos, com laboratório, organização, armazenamento e um serviço de pesquisa funcionando plenamente. Os equipamentos hoje disponíveis lá, dentro das normas arquivísticas, mostram o modelo de arquivo que queremos para nossa cidade, e a vontade da nova equipe da SECULT em implantar isto em Novo Hamburgo é muito importante”.