Economia Solidária projeta futuro de jovens profissionais

Publicada em 11/12/2011 - Atualizada em 17/10/2024
Designer, Mário Pereira (segundo da esq. para dir.), junto com a equipe de aprendizes e funcionários do Instituto Villaget. - Foto: Gustavo Henemann
O Programa de Economia Solidária, desenvolvido pela Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo (SEDETUR), é formado por mais de 50 empreendimentos, gerando renda para mais de 200 famílias. Mas, um novo empreendimento solidário vem mudando a vida de jovens profissionais no Município. Uma organização não governamental (ONG) criada em 2004, o Instituto Villaget, investe na formação de adolescentes de 14 a 18 anos, para o mercado de trabalho do setor calçadista. A iniciativa busca tirar os jovens da ruas e ensiná-los uma profissão. Para isso, a Administração teve papel fundamental na inserção dos jovens e da nova marca para a participação em grandes feiras como Francal, Couromoda e a Festa Nacional do Calçado.

O Instituto Villaget proporciona aos alunos aulas diárias, onde eles aprendem todo o processo de fabricação de tênis, mochilas, carteiras, entre outros. O curso tem duração de quatro anos, e assim que formados, os jovens já podem fazer parte de uma cooperativa criada pelos ex-alunos, a Cooperget. Segundo o prefeito Tarcísio Zimmermann, a inclusão de jovens preparados para o mercado profissional é fundamental para o desenvolvimento do Município. “Precisamos de mão de obra qualificada, e o instituto vem fazendo esse trabalho, auxiliando na preparação desses jovens, formando cidadãos conscientes de seu papel na sociedade”, destacou. O diretor de Apoio à Microempresa e Economia Solidária, Ênio Brizola, ressalta o apoio à iniciativa através de ações de inclusão social e como garantia de trabalho e renda para muitas pessoas. “O grande apoio que proporcionamos reafirma a Economia Solidária como instrumento de desenvolvimento econômico e social”, disse.

Incentivo da Prefeitura alavancou o negócio

De acordo com o designer responsável pelo Instituto, Mário Pereira, 39 anos, a Prefeitura teve papel essencial para levar a marca Villaget para o mercado. “Através da nossa participação na Economia Solidária foi possível recebermos o incentivo de integrar o estande de Novo Hamburgo, em grandes feiras do segmento do calçado”, afirmou. No instituto há uma equipe de aprendizes, e outra de alunos que já conhecem todos os processos produtivos. Um dos adolescentes que trabalha no empreendimento, Diovane Camargo, 18 anos, teve sua primeira experiência em uma grande feira, quando acompanhou Mário, na Francal 2011 em São Paulo. “Estou há um ano aqui. Foi uma excelente experiência, pois obtive novos conhecimentos para depois estar preparado para o mercado de trabalho”, comentou. Pereira fala que os produtos da Villaget são produzidos dos jovens para o público jovem. “As pessoas da mesma idade que eles serão os nossos maiores consumidores, por isso deixo eles a vontade para trazer ideias para novas coleções”, exemplifica.

Com a ajuda da Administração, a marca Villaget já se tornou conhecida no mercado nacional e mundial. Todo o material usado para confecção das coleções são feitas com matérias-primas recicladas e renováveis. São utilizados materiais como lonas recicladas, laminados vegetais (látex), laminados de resíduos de madeira e couro. A demanda após a participação em grandes feiras, fez com que o instituto buscasse novas alternativas para fabricação dos materiais. Junto com iniciativas do Programa de Economia Solidária, o Villaget procurou núcleos sociais produtivos, como o grupo Reciclando Ideias (grupo de costureiras do bairro Santo Afonso), para cooperar com a produção da marca.

O que é o Programa de Economia Solidária?

A Economia Solidária constitui-se em toda forma de organizar a produção de bens e de serviços, a distribuição, o consumo responsável e o crédito com base nos princípios de autogestão, cooperação e solidariedade. São considerados empreendimentos econômicos solidários: cooperativas, associações, grupos comunitários e informais para a geração de trabalho e renda, empresas autogestionárias, clubes de trocas e as redes solidárias. Esses grupos devem seguir as seguintes características: regimento por autogestão, incentivo ao desenvolvimento de todas as etnias e promoção a igualdade de gêneros, não utilização de mão de obra infantil, condições de trabalho saudáveis e seguras, adesão livre e voluntária, atividades que não agridam o ambiente e os participantes ou sócios são os próprios trabalhadores.