A Cultura carnavalesca mostrou a sua força

Foram muitas as dificuldades para que o desfile das escolas de samba de Novo Hamburgo ocorresse neste ano, tanto por parte das escolas quanto do poder público. Uma nova legislação, chamada Marco Regulatório, que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro deste ano, modificou completamente a forma de viabilizar subvenções financeiras a entidades, entre elas as carnavalescas. Mas, com o esforço conjuntos da Prefeitura e escolas de samba, o desfile foi realizado e levou um grande público à Avenida Pedro Adams Filho, na noite de sábado, dia 22.
Nos termômetros, 14 graus. Na Avenida, o ritmo da bateria e da harmonia aqueceu as milhares de pessoas que marcaram presença para assistir ao desfile. E quem participou foi agraciado com um lindo espetáculo, de cores, sons e emoções.
As escolas, em geral, ressaltaram que o desfile deste ano tinha a motivação da resistência, mobilizando a comunidade a refletir sobre o preconceito contra a cultura carnavalesca que ainda persiste em alguns segmentos. Assim como também um movimento de apoio aos carnavalescos de outras cidades que tiveram seus carnavais cancelados.
Por volta das 20h30, a bateria da primeira escola de samba aquecia os carnavalescos. Às 21h, a Império de São Jorge entrou na Avenida e já anunciava na sua música: “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, o morro foi feito do samba, de samba pra gente sambar”, de Alcione. E foi nesse tom que a verde e rosa hamburguense levou à Avenida o tema da Cultura e a resistência negra, com fantasias que remetiam à ancestralidade e as tradições.
A Aí Vêm os Marujos entrou logo em seguida, levando muita energia. A azul e branco do bairro Boa Saúde apostou tudo na musicalidade para agitar a avenida, com o tema dos grandes carnavais do passado. A Escola vinha se preparando desde novembro do ano passado para realizar um grande desfile, com ensaios sempre aos sábados, no Parque do Trabalhador, onde está o barracão da Escola.
Com o maior número de componentes dentre todas as escolas, a Cruzeiro do Sul inflamou a comunidade presente. Com cerca de 300 pessoas, a representante do bairro Primavera fez bonito e encantou o público presente. Antes do desfile, o presidente da Cruzeirinho, Jaílson Barbosa, destacou a luta da escola durante todo o ano. “Este é o desfile da coragem. Da resistência e do amor. Nós estamos trazendo aqui o trabalho de um ano inteiro, sendo um desfile competitivo ou não. Tudo isso, pra mostrar que o Carnaval não é a Cultura de um dia só”, destacou.
Fechando a noite, a campeã do ano passado, Portela do Sul, também levou um grande número de componentes à Avenida. Representando o amor, a Escola homenageou as suas diversas representações, incluindo o amor pelo futebol, representado pela ala da torcida Fogo Anil, do Esporte Clube Novo Hamburgo, finalista do Gauchão 2017.
Arrecadação de alimentos
Antes dos desfiles, o presidente da campeã do Carnaval de 2016, Daniel Barbosa, realizou a entrega de alimentos à prefeita Fátima Daudt. A arrecadação foi realizada durante os eventos e ensaios da escola nos últimos meses.