Catadores iniciam coleta seletiva no Centro

Além de ajudar a diminuir o impacto ambiental, causado pelo descarte inadequado de resíduos, o trabalho disponibilizado na Central de Catadores Unidade Centro (inaugurada em junho), os trabalhadores melhoraram de vida. A catadora Graziele da Silva Machado, de 24 anos, conta que não tinha local adequado para trabalhar e ganhava pouco para o sustento. “Antes da inauguração aqui da Central eu catava e levava todo o lixo para casa. Então uma pessoa recolhia e vendia para as indústrias. Hoje, eu tenho esse galpão com muito espaço para separar e pesar. Assim ganho mais, porque a indústria compra direto da gente”, relata.
De acordo com a coordenadora do programa, Vera Rambo, antes dos trabalhos começarem na Central, todos os 14 catadores vinculados receberam equipamentos de segurança, como óculos, luvas, jalecos e botas. “Desde que começamos, o objetivo do CataVida foi de mudar a realidade da geração de resíduos e da vida de quem trabalha com isso em Novo Hamburgo. Quando iniciamos, percebemos que eles trabalhavam sem nenhum tipo de segurança. Agora isso mudou”, garante. O que mudou também foi a qualidade da vida da dona Geni da Silva, de 56 anos. “Eu trabalhava na rua, sem nenhum tipo de equipamento. Nem sabia direito o que era lixo reciclável. Me senti muito importante quando eu me formei depois de aprender tanta coisa boa. Tudo isso é uma benção para a gente”, comemora.
Com a abertura dos trabalhos na Unidade Centro, a Cooperativa de Construção Civil e Limpeza Urbana (Coolabore) administra o local e auxilia os catadores. Nas próximas semanas, através de um convênio assinado com a Fundação Banco do Brasil, chegarão elevadores, prensas, bombonas e mesas que facilitarão ainda mais o desenvolvimento das operações.
Trabalhos já apresentam resultados
Os 14 catadores da Central trabalham com carrinhos manuais recolhendo os resíduos de lojas e residências e levando para o local. Além disso, eles iniciaram uma campanha de conscientização com a comunidade, entregando panfletos com métodos de separação do lixo. “Estamos sendo muito bem atendidos por todo mundo aqui no Centro, eles já deixam tudo muito separado para gente recolher”, conta a catadora Geni.
Os números de recolhimento de lixo também apresentam resultados positivos. Em dois dias trabalho, foram contabilizados mais de uma tonelada de resíduos recolhidos e separados, que são vendidos para indústrias e o valor arrecadado, repassado aos trabalhadores, colaboradores e para a manutenção da Unidade. Além dos números significativos e da conscientização das pessoas, a catadora Marli Terezinha Pilone, de 39 anos, conta a mudança mais importante para ela. “Agora, a gente é visto com respeito. Eu tenho uma profissão e as pessoas acreditam e respeitam isso nas ruas”.
Novo Hamburgo terá mais Centrais de Reciclagem
Além das unidades do Centro e da Roselândia, a Prefeitura projeta dois novos locais de trabalhos para os catadores. Um deles no bairro Rondônia, que já está em fase de construção e deve ser inaugurado ainda neste ano. “Era essencial uma central no Rondônia, porque temos muitos catadores lá e também no bairro Canudos, que poderão trabalhar no local”, explica Vera Rambo. A outra unidade está programada para o bairro Santo Afonso e deverá ser implantada em 2012.