Casos de esporotricose exigem atenção da população e médicos veterinários

O aumento no número de casos de esporotricose tem deixado as autoridades de saúde pública de todo o Brasil em alerta. Situação que também preocupa a Secretaria Municipal de Saúde, já que há uma disseminação da doença no Município.
Essa é uma infecção causada por fungos do gênero Sporothrix, que vivem no solo, em cascas de árvores e na vegetação em decomposição. A doença pode infectar humanos, gatos, cães e outros mamíferos. É uma micose caracterizada por feridas na pele que podem se espalhar para outras regiões do corpo.
O gato é a espécie mais propensa a desenvolver a esporotricose, além de ser o principal hospedeiro e vetor do fungo para os seres humanos.
Por isso, é necessário que os casos sejam notificados pelos médicos veterinários para que a Vigilância Ambiental em Saúde possa tomar as medidas de controle da doença.
Em Novo Hamburgo, em 2024 foram registrados 13 casos em animais e 24 em humanos. Já neste ano, há uma notificação para animal e duas em pessoas. No entanto, como explica a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde, a médica veterinária Julyana Sthefanie, o número de casos pode ser maior. Isso ocorre porque nem todos os médicos veterinários têm preenchido os formulários para informar sobre a notificação da esporotricose. Desde o dia 30 de janeiro, o Ministério da Saúde determinou a notificação compulsória de casos da doença. Para isso, os profissionais devem preencher um documento online (veja links abaixo).
No País, segundo dados do Ministério da Saúde, há registro de esporotricose humana em 26 dos 27 estados.
Mais informações pelo e-mail ambiental@novohamburgo.rs.gov.br ou no telefone (51) 3097-9410.
Como prevenir a esporotricose
A principal medida de prevenção e controle é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas, bem como o uso de calçados em trabalhos rurais. Quem tiver lesões suspeitas deve procurar atendimento médico, para poder ser orientado sobre o tratamento.
Julyana também chama atenção para o cuidado com os animais. "Manter os animais castrados e domiciliados, especialmente os gatos sem acesso à rua. Isso auxilia no controle desta e outras tantas doenças", pontua. A profissional ainda orienta procurar um médico veterinário, caso o tutor suspeite que seu animal esteja contaminado.
Toda e qualquer manipulação de animais doentes pelos seus donos e veterinários deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Além disso, animais com suspeita da doença não devem ser abandonados, assim como o animal morto não deve ser jogado no lixo ou enterrado em terrenos baldios, pois isso manterá a contaminação do solo. Recomenda-se a incineração do corpo do animal, de maneira a minimizar a contaminação do meio ambiente e, assim, interromper o ciclo da doença. Caso não seja possível, o animal deve ser enterrado dentro de uma embalagem plástica que seja vedada.