Bancas revitalizadas: parceria na vida e nos negócios é a receita da Banca 6

Quando questionado sobre a importância da Banca 6 na sua vida e como recebeu a revitalização do local no início deste ano, o comerciante Valdir Glaeser, 66 anos, é só emoção. Ele está no local há 47 anos onde começou como atendente, em 1972, e em apenas três anos tornou-se o dono do comércio. De lá pra cá, ao lado da esposa Nelci, a quem considera seu “alicerce”, a família tira da Banca 6 o seu sustento e garante que sua clientela é fiel. Cuidadoso com a limpeza, Glaeser caminha em frente às bancas e vai limpando até o que não é dele. “Eu tento cuidar ao máximo para que tudo esteja sempre organizado. Eu não me importo de juntar o lixo, mesmo que não seja meu”, diz ele, que também conta com a colaboração do filho Niki.
Sentado em uma das mesas instaladas, ele ajeita os óculos e se emociona ao contar sua trajetória. “Sou filho de colonos analfabetos, mas eu consegui fazer o primário e sempre incentivei meus filhos estudarem. Orgulho-me muito de ter conseguido garantir o estudo a eles. Escrevi toda minha história aqui. Sabe, tem coisas que a gente não consegue traduzir em palavras. Simplesmente sente. E trabalhar aqui é um sentimento único. A união da minha família e a satisfação dos meus clientes são o que me mantêm de pé”, conta.
Mas é claro que nem só de amor e dedicação vive a Banca 6. O tradicional prensado com maionese especial faz a alegria dos clientes. “Tem pessoas que chegam e nem precisam pedir nada, a gente já sabe o que querem. Alguns conhecemos pelos pedidos e outros pela história”, narra. Para Glaeser, o único ponto que ainda necessita de atenção é a questão do vandalismo. “É muito triste os clientes corretos terem que lidar com o espaço por vezes depredado. Nossas bancas estão lindas, banheiros estão novos, redes funcionando bem, então, que todos aproveitem isso como se fosse seu.”
As bancas e a Praça do Imigrante foram revitalizadas pela Prefeitura de Novo Hamburgo dentro do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI), que é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).