Atendimento domiciliar melhora a qualidade de vida de pacientes acamados

Linha de apoio
Cuidadora relata que também se sente acolhida no acompanhamento de seu familiar pelo SAD - Programa Melhor em Casa que tem gerenciamento da FSNH
Publicado em 19/08/2021 - Editado em 15/10/2024 - 10:56
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Além de atender em casa o paciente, o profissional vinculado ao SAD se dedica a dar atenção domiciliar para a saúde emocional dos cuidadores
Crédito
Jonas Soares/FSNH

A cuidadora Oracélia Ferreira Matias, 54 anos, fica visivelmente emocionada ao receber na sua residência, mais uma vez, a equipe do Programa Melhor em Casa – Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). A visita de rotina a seu pai, o idoso Alzemiro Ferreira, 88, ocorre de maneira sistemática em seu próprio endereço, no bairro Canudos. O paciente acamado segue em atendimento há três anos por esse programa federal, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sob gerenciamento municipal da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH).

O senhor Alzemiro está em situação de leito devido a sequelas neurológicas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, além de outras comorbidades, sendo necessário o uso de sondas para se alimentar e para esvaziar a bexiga. De maneira periódica, a equipe multidisciplinar do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) vai ao encontro da família a fim de verificar o estado geral do paciente e conversar com a cuidadora. A saúde da filha também merece o olhar e a escuta dos profissionais.



São usuários do serviço aqueles pacientes que precisam de cuidados complexos, mas não necessitam ficar internados em ambiente hospitalar, o que poderia representar um risco elevado de complicações para os seus casos.



Extremamente dedicada, a filha entende que o atendimento domiciliar pelo SUS se tornou ainda mais imprescindível com o cenário de pandemia. “Imagine como estaríamos sem as orientações e as visitas dos profissionais do SAD, que seguem todos os cuidados sanitários como tem de ser e ele permanece em casa, no aconchego do lar que é dele”, observa.

“A equipe deixa a gente segura, porque basta chamar que somos atendidos, assim como o fato de meu pai estar protegido de maiores danos a sua saúde.” Para Oracélia, o trabalho do SAD é tranquilizador. “A equipe vem, troca uma sonda, a doutora prescreve um remédio para tratar uma infecção, pois é tudo muito organizado.”



De acordo com a enfermeira Danielle Diel da Silva Dornelles, responsável técnica pelo Melhor em Casa – SAD em Novo Hamburgo, o programa também conta com o chamado grupo de pele em parceria para o tratamento e o cuidado de feridas de difícil cicatrização. Ela cursa especialização em Dermatologia, tem pós-graduação em Urgência e Emergência e faz parte há quase dez anos do quadro funcional da FSNH.



A enfermeira Dani, como é conhecida pelas famílias vinculadas ao programa, explica que no Município os atendimentos são em nível médio de complexidade, classificada na modalidade AD2 pelo Ministério da Saúde. Em levantamento desde o início da pandemia, o SAD chega a um número em torno de 120 atendimentos. “Os demais pacientes, especificamente do grupo de pele, estão sendo acompanhados por meio de parceria com a rede ambulatorial do Município.” O SAD fornece o material especial necessário para as trocas de curativos, que são mais modernos e de última geração.



Segundo Danielle, a parte mais importante de seu trabalho está relacionada à ligação e à confiança que se estabelecem com as famílias. “E nós vamos aprendendo nos detalhes de cada um, de cada caso, e quanto mais a gente tem esse vínculo com as pessoas, melhor o nosso trabalho funciona”, observa.



A iniciativa tem como objetivo evitar o reingresso ao hospital, de modo a melhorar a gestão de leitos e contribuir para o controle de infecções. “Afinal, são pacientes crônicos e com a saúde debilitada”, acrescenta. “As visitas são rotineiras, realizadas por uma equipe composta por enfermeira, eu no caso; uma técnica em Enfermagem, uma médica e um motorista sempre a postos para cumprir os roteiros.” Essa atenção domiciliar proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelo serviço para esse tipo de assistência não eletiva.



O SAD também esteve engajado nas ações de vacinação contra a covid-19. Foram imunizados pacientes com dificuldade de locomoção e demais casos acompanhados pelo serviço. Além do usuário domiciliar, um cuidador por endereço teve direito a essas doses.



Como receber o atendimento



De acordo com o Ministério da Saúde, o acesso ao Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), por meio do programa Melhor em Casa, é geralmente feito na alta do hospital em que o usuário esteve internado ou, ainda, por solicitação da equipe de Saúde da Família/Atenção Básica do bairro de referência.

Caso você precise deste serviço ou tenha um familiar que precise, o contato para avaliação deve ser feito diretamente na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou na Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima da casa do paciente.