A arte como instrumento de inclusão

Linha de apoio
Exposição do artista Maurício Hilgert conta com obras táteis e explicações em braille e recebeu a visita da Associação dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo
Publicado em 27/06/2023 - Editado em 15/10/2024 - 10:37
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O artista Maurício Hilgert auxilia uma integrante da Adevis durante a visita à exposição
Crédito
Victor Lucas/Secult NH

Uma tarde em que a arte se fez “sentir”! Assim foi a visita mais do que especial que integrantes da Associação dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo (Adevis) fizeram na semana passada para experimentar as obras táteis que compõem a exposição “Transeuntes”, do artista hamburguense Maurício Hilgert, que está para ser prestigiada na Casa das Artes.

“As obras do Maurício são maravilhosas! Ele está de parabéns porque agora estão fazendo com o relevo que podemos sentir, e também podemos participar das exposições. Isso é muito importante para nós!”, elogiou Eloir Teresinha da Silva, 61 anos e com apenas 20% da visão.

A exposição é composta por uma série iniciada em 2019 de trabalhos e busca refletir sobre o indivíduo que acaba por se modificar ao passar por diversas situações e espaços. O artista se apropria de conhecimentos clássicos em desenho e pintura para produzir uma releitura autoral por meio dos processos criativos.

Além das próprias obras, Hilgert também desenvolveu três réplicas menores nas quais é possível sentir o contorno das artes originais com legendas em Braille. As impressões em Braille e parte do material tátil foram feitos com a ajuda do Laboratório de Ergonomia e Inclusão (LABIE) da Universidade Feevale.

“Havia esse plano de pesquisa aberto na Feevale para criação de materiais táteis e achei que era uma causa interessante para estudar, e me encantei no processo. Ali, comecei a ver a importância que tem, e o que é bacana é pensar que quando fazemos um material inclusivo, ele não ajuda só as pessoas com deficiência, mas também todas as pessoas”, comentou o artista. “Todo mundo que entrou aqui nesta exposição pode tocar essas obras táteis e ter uma experiência diferente também. Então, acho que quando a gente pensa em um mundo mais inclusivo, a gente ajuda a todos”, expressou Hilgert, ao ver a interação do público com o seu trabalho.

A atividade foi preparada para que os visitantes da Adevis pudessem aproveitar ao máximo cada trabalho da exposição, contanto com o auxílio dos funcionários da própria Casa das Artes, dos acompanhantes videntes e do próprio artista, que explicou as suas obras em descrições detalhadas.

“Nós, enquanto instituição, estamos sempre buscando atividades e oportunidades para que a gente possa incluir, de fato, o nosso pessoal. Porque quando as pessoas adquirem a deficiência visual, elas reaprendem muitas coisas da vida de uma outra forma e sentem muito a questão da exclusão. Existem poucas coisas que chegam até esse público em questão de acessibilidade como um todo”, comentou Taiane Rodrigues, assistente social e coordenadora técnica do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

A exposição pode ser visitada até o dia 30 de junho de terça a sexta-feira, das 9h às 17h45, e no sábado, das 9h às 15h45. A Casa das Artes fica na Avenida Primeiro de Março, nº 59, no Centro.

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