Ancestralidade e cultura Afro em foco na Casa Dalilla Sperb

Publicado em 01/10/2021 - Editado em 15/10/2024 - 10:56
teste
Crédito
Divulgação / Cultura

A Secretaria da Cultura apresenta a exposição “Ancestralidade”, do artista plástico Joel Barbosa, no Hall de entrada da Casa Dalilla Sperb – Secult, localizada na Avenida Dr. Maurício Cardoso, 132 – Centro Histórico de Hamburgo Velho. A mostra fica aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, até o dia 11 de outubro.



A exposição, que teve início no dia 24 de setembro, foi inaugurada por canções e instrumentos de origem africana, entoadas pelo artista e seus amigos convidados. A ação teve como objetivo abrir não somente a visitação, mas também expôr um fragmento da cultura e da história dos afrodescendentes brasileiros, abrindo caminhos e renovando as energias da Casa.



Imerso na identidade Africana, Joel retrata através das máscaras e esculturas, os traços do mimetismo cultural, a ancestralidade apresentada através dos ritos, marcas, cores, formas, aplica conhecimentos adquiridos pelos anos de pesquisa e experimentos individuais.



Nascido em Novo Hamburgo, Joel Lazaro Barbosa teve o primeiro contato com a capoeira em 1993, quando se mudou para o município de Erechim. Retornou para sua cidade de origem e buscou conhecer mais sobre capoeira, sem condições de pagar pelas aulas dos estúdios, Joel deu um tempo da arte até ter condições financeiras para estudar arte e a sutileza da Capoeira Angola. Envolvido desde muito novo na religião afro, o artesão aprendeu a valorizar a cultura e a criar produtos manuais nos encontros.



Sempre preocupado em agregar valor e conhecimento à sociedade, o artista buscou formas de transformar materiais que iriam pro lixo em arte, e isso foi um estímulo fazendo com que ele se aprimorasse com professores do Brasil todo e até mesmo do exterior, em técnicas que podemos ver nas obras expostas.



Joel passou a utilizar suas esculturas como forma de tornar a história negra em algo mais visual, facilitando a compreensão e quebrando alguns preconceitos da sociedade com a cultura africana. “Ninguém nasce preconceituoso, e é com isso que eu trabalho, quebrando esses preconceitos e falta de conhecimento com arte” disse Joel.



“Todo meu trabalho é voltado à arte popular, e está em contato direto com a cultura afro, capoeira e religião. Minhas obras misturam técnicas variadas como papel machê, papietagem, latonagem, stencil, entalhe e cestaria. E é isso que a exposição mostra, eventos sociais e religiosos, tribos Orixás” declara.

O fazer na sua arte, concretiza o seu pensamento e desta forma amplia a experiência do espectador em estabelecer conexões entre o cotidiano e a hereditariedade. ‘Ela liga o invisível ao mundo material’, completa o artista.



A Casa Dalilla Sperb



Historicamente conhecida como “Lar da Menina”, a Casa em 1895 era uma escola só para meninas, e sobreviveu a uma crise financeira durante a segunda guerra mundial. Foi palco de grandes empresas e instituições, e ficou sem cuidados após um terrível incêndio, que queimou parcialmente o Lar, deixando o prédio, que já estava em uma situação precária, inabitável.

Em 2021, após um restauro, foi entregue à Secretaria da Cultura para ser a sua nova sede municipal.