Novo Hamburgo é vitrine internacional no 12º Encontro da Plataforma de Territórios Criativos e Culturais América-Europa

Novo Hamburgo foi destaque internacional na quarta-feira (11), ao sediar uma das atividades mais relevantes do 12º Encontro da Plataforma de Territórios Criativos e Culturais América-Europa, reunindo especialistas de sete países para um dia de imersão em Hamburgo Velho, berço histórico e criativo do Município.
A atividade desta quarta-feira foi promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de Novo Hamburgo em parceria com o projeto Caminhos de Hamburgo Velho e a Universidade Feevale. O encontro integra a programação internacional da Plataforma América-Europa, que se encerra neste sábado, 14 de junho, em Porto Alegre. O evento busca compartilhar experiências bem-sucedidas na América Latina e na Europa, inspirando outros territórios a adotarem modelos similares. Além disso, pretende fortalecer o intercâmbio de conhecimento e experiências entre gestores e representantes governamentais.
O evento reuniu especialistas em territórios criativos e culturais, como Charles Landry, referência mundial no conceito de Cidades Criativas, Gregorio Lucena Scarpella, diretor da Global Cultural Districts Network (GCDN), e os colombianos Paula Trujillo e Conrado Uribe, representantes da Plataforma Conexiones Creativas. Participaram pesquisadores, gestores culturais e artistas da Colômbia, Espanha, Inglaterra, França, México, Chile e Brasil.
No bairro Hamburgo Velho, os visitantes foram conduzidos por um roteiro cultural que passou por locais históricos como o Museu Nacional do Calçado, a Fundação Ernesto Frederico Scheffel, o Museu Comunitário Schmitt Presser, o ateliê da artista Ariadne Decker, a Casa Dalilla Sperb, além de espaços contemporâneos como o Glass Mall, Fat Bull Tap House, Swan Hotel e a cafeteria Princes Candy, instalada na antiga padaria Reiss.
Para o curador colombiano Conrado Uribe, o território surpreendeu por unir tradição e vocação criativa. “O que mais me chamou a atenção foi o patrimônio, a herança das distintas comunidades que habitaram esse território, e a relação entre indústria e design que vimos no Museu do Calçado”. Para ele, Novo Hamburgo é um território em que se pensa o desenho e é forte em criação. “Isso tem que ser aproveitado, reforçado e estimulado, como se fosse um jardim que precisa ser cultivado para florescer”, chama a atenção.
O centro histórico de Hamburgo Velho foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2015. Essa decisão reconheceu a importância cultural da região, que abriga cerca de 70 imóveis que contam a história do Município.
Uribe ainda ressaltou a importância do sentimento de pertencimento na articulação entre diferentes setores. “Levo comigo o orgulho que vocês sentem da herança. Esse orgulho precisa ser dirigido para o pertencimento. Esse sentimento ajuda na conversa entre pessoas e setores que, à primeira vista, são distintos, mas que podem se articular”.
A especialista Paula Trujillo também destacou a capacidade de Novo Hamburgo em articular patrimônio e inovação. “A importância que é dada ao patrimônio e como estão sendo feitas essas conexões é admirável”. Paula cita como exemplo o projeto Caminhos de Hamburgo Velho. “Essa fusão entre o legado histórico e as novas oportunidades é profundamente importante. Espero que outras regiões da Plataforma façam alianças com Novo Hamburgo”.
À tarde, a comitiva foi recebida na Universidade Feevale, onde conheceu o Teatro Feevale e o projeto social A Valorização dos Saberes e Fazeres Locais, no Câmpus II. A programação incluiu ainda uma atividade aberta ao público no Espaço Cosmos, com apresentação de pesquisas e cases do Programa de Pós-Graduação em Indústria Criativa.
Para o secretário de Cultura de Novo Hamburgo, Angelo Reinheimer, a presença internacional em Hamburgo Velho é um reconhecimento da trajetória construída pelo território como espaço de inovação cultural e cidadania. “Hamburgo Velho é um microcosmo desse futuro possível, um território onde a cultura é motor, e a memória é matéria-prima para o desenvolvimento do amanhã”. Ainda de acordo com o secretário, ao compartilhar essa experiência no encontro da Plataforma, Novo Hamburgo convida representantes de toda a América e Europa a refletirem sobre as cidades que desejam construir. “Cidades mais humanas, mais criativas, mais sustentáveis”, complementou.