Restaura NH debate o racismo estrutural na sociedade

Publicado em 17/12/2020 - Editado em 15/10/2024 - 10:49
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Encontro ocorreu de forma virtual entre os participantes
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Divulgação

O ano 2020 foi marcado por episódios de intolerância e racismo. Mesmo em meio a uma pandemia, o mundo assistiu a acontecimentos que demonstram o quanto ainda é necessário avançar na luta por uma sociedade com mais respeito e alteridade. Colocando os últimos 12 meses em retrospectiva, será impossível ignorar os atos de violência perpetrados por indivíduos que agiram com base em estereótipos e preconceitos, ocasionando a morte de pessoas em atos nos quais umas das principais motivações era a cor de sua pele.



Com o objetivo de promover debates que possam compartilhar as melhores práticas de combate ao preconceito racial e à intolerância, o Programa Municipal de Pacificação Restaurativa (Restaura NH) promoveu, nesta semana, o encontro virtual “Diálogos restaurativos sobre racismo estrutural e branquitude”. Ao longo de três horas, profissionais de diversas áreas, acadêmicos e ativistas discutiram as razões para a mudança dessa triste realidade e para o recrudescimento da violência nos últimos meses. Também foram debatidas alternativas para a construção de iniciativas efetivas por parte do poder público e da sociedade civil organizada.



O evento contou com a participação do secretário de Desenvolvimento Social, Roberto Daniel Bota e do diretor de Programas de Prevenção à Violência, Mauro José da Silva. Entre os debatedores, nomes como o MC Rafa Rafuagi, o ativista Ilson Rodrigues, a produtora audiovisual Priscila Guerra e o professor de filosofia Davi Albuquerque. “Este é um tema importante não só para os negros, que sofrem diariamente o preconceito, mas para a sociedade, uma vez que as consequências do racismo se estendem por todo tecido social. Isso nos diminui enquanto nação, nos tira perspectivas e reduz possibilidades”, lembrou Mauro.



Para Bota, a participação do poder público como agente promotor de ações de combate ao racismo é de extrema importância, tendo em vista a sub-representação da população negra em todos os setores da sociedade. “O racismo está à vista, para todos que queiram ver. Seja na violência, configurada no enorme percentual de vidas negras ceifas, na discriminação da mulher negra ou na colocação dos negros no mercado de trabalho. Por isso, serviços públicos devem ser fortalecidos para que existam ações incisivas contra o racismo e para que haja a garantia dos direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua cor, etnia ou posição social”, afirmou.



O evento pode ser assistido, na íntegra, através do link https://tinyurl.com/yawn7mxq.



Conheça os debatedores:



Ilson Jeroni Rodrigues da Silva – Funcionário público estadual aposentado, formação em ciências contábeis, defensor de lutas pelo combate ao racismo eo preconceito, articulador de ações de propostas de ações afirmativas para políticas públicas. Estou Coordenador de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial de Novo Hamburgo.



Bruna Rafaela Rodrigues Martin – Psicóloga, trabalhadora do SUAS no serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes em Novo Hamburgo; perita credenciada do Tribunal de Justiça do RS, pesquisadora associada do GTFH- grupo trabalho e formação humana, da UFRGS; Integrante do grupo Restaura NH.



Priscila Guerra – Roteirista, produtora audiovisual e advogada. Feminista, antirracista e especialista em direitos humanos. Revolucionada pela maternidade. Mãe de Julia e do Henrique. Coautora do livro "Educar com Amor e Liberdade - Ensaios sobre maternidade, paternidade e política.



Everson Jaques Vargas – Neto de Osvaldo e Feliciana, filho de Adair e Anália. Preto. Pesquisador independente, poeta, ativista social e Psicólogo em formação.



Davi Albuquerque – Professor de Filosofia e Ativista. Co-fundador do Coletivo Estética Urbana; idealizador, coordenador pedagógico e professor no Cursinho Popular Jaçanã: Núcleo Sérgio Lapaloma; articulador da Casa Cultural Hip Hop Jaçanã e no Bloco de Ocupações do Movimento Cultural das Periferias (MCP).



Fernanda Francisca da Silva – Formada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2013). Atualmente é psicoterapeuta clínica e servidora pública do município de Porto Alegre (na Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre). Atua como palestrante nas áreas de Justiça Restaurativa, Comunicação Não Violenta e Relações Raciais. Colaboradora da Comissão de Relações Étnico Raciais do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul. Membro da Articulação Nacional de Psicólogas e Psicólogos Negras e Negros e Pesquisadoras e Pesquisadores (ANPSINEP).