Esporte como instrumento de reinserção social

Publicado em 16/10/2018 - Editado em 15/10/2024 - 10:26
Tatu, em pé, vestindo uma camisa branca, e um berimbau
Tatu ensina a batida do berimbau
Crédito
Betina Ludwig

Esporte não é apenas um aliado na qualidade de vida, mas também na mudança dela. Ao entrar na sala, uma roda com cerca de seis jovens e olhares atentos a cada palavra do mestre, sinalizam o início da aula de capoeira. O jogo que envolve musicalidade, cultura e ginga tem sido uma das modalidades oferecidas pela Prefeitura para os jovens do Centro de Atendimento Socioeducativo de Novo Hamburgo (Case), que pertence à Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). Além da capoeira, a oficina de hip-hop também é oferecida na unidade.

As atividades são frutos da parceria entre a Prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer, e a Universidade Feevale que está levando oficinas do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI) ao Case. Os projetos desenvolvidos no Case, são uma extensão da Casa da Cultura e Cidadania, localizada no bairro Canudos, e as oficinas são pertencentes do componente de Prevenção à Violência.

Para o secretário de Esporte e Lazer, Jorginho Schmidt, a iniciativa é uma inovação no âmbito estadual. “O Município está fazendo um trabalho ímpar por meio destas parcerias. O investimento no esporte, como método de prevenção à violência já está trazendo retorno e com essas visitações ao centro observamos que sim, a atividade esportiva é fundamental”, comentou.

A educadora social da Casa de Cultura e Cidadania, Diana Krummenauer, ressaltou que as atividades tiram esses jovens do ócio e dão novas perspectivas para eles. “Eles já eram identificados com o hip-hop por estar mais próximo da realidade deles. Mas hoje, muitos já se interessam pela aula de capoeira por envolver um contexto histórico, além da atividade física. Mas o principal de tudo isso é que o esporte está ligado às duas oficinas oferecidas na instituição. Tudo isso mostra a eles que é possível mudar a sua história”, explicou.

O instrutor de capoeira Ailson Silveira, ou Tatu como é conhecido, coloca que o objetivo da aula é o aprendizado da cultura, musicalidade e fundamentos da capoeira. “Neste espaço eles têm contato com os instrumentos, o que para muitos é uma novidade. Aprendem sobre a história e fundamentos do jogo. Procuro transmitir a eles os elementos que compõem o jogo. Além disso, valores e respeito são a base da oficina. Estes fatores auxiliam no rendimento destes jovens e na interação do grupo”, enfatizou.

Segundo o assistente de direção do Case, Alfredo Kafer, as oficinas têm melhorado a relação dos jovens. “Para participar das aulas é necessário que eles tenham bom comportamento. Isso reflete nos vínculos deles com os agentes e monitores, já que querem estar presentes nas oficinas”, destacou. “Participar das aulas é muito importante para mim. Já pratico há algum tempo e quando paro sinto falta. Na capoeira além da parte de jogo, gosto dos instrumentos e o meu preferido é o berimbau”, finalizou o jovem de 18 anos do Case.