Antigo Lar da Menina abrigará Complexo Cultural e Museu do Calçado

Em março deste ano, o prefeito Tarcísio Zimmermann assinou o contrato com a empresa Oscar Esher Arquitetura, de Porto Alegre, o que deu início ao projeto de revitalização do prédio do Lar da Menina. A empresa realizou um estudo de concepção, que contém as alternativas para a reforma do espaço. “No início do mês de maio realizamos a limpeza e a proteção do local, com a colocação de tapumes. Assim, a Oscar Esher pôde realizar os levantamentos necessários para elaborar o trabalho”, explica a coordenadora geral do PMDI, Júlia Ambros. Na última semana, a equipe técnica da Prefeitura esteve reunida com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) com o objetivo de definir as diretrizes para o projeto, que abrange os padrões de restauro estabelecidas pelo IPHAN e que, por exemplo, contempla que a obra deve manter as características originais do prédio. A empresa contratada deve apresentar até o dia 20 de junho o projeto básico para revitalização da área. Posteriormente será assinado com o IPHAN o convênio que libera cerca de R$ 4 milhões para o Município, dos quais R$ 2,5 milhões serão investidos nos prédios do Lar da Menina e R$ 1,5 milhão será destinado ao Parcão.
O Lar da Menina
Inicialmente chamado de "Evangelisches Stift" (Fundação Evangélica), o Lar da Menina foi fundado pelas irmãs Lina e Amália Engel, que adquiriram o prédio que pertencia ao Sr. Jacob Kroeff, para nele realizarem um trabalho voltado para moças evangélicas. A iniciativa oferecia às alunas uma sólida formação moral e cristã, além de prepará-las para os encargos do lar e orientá-las como futuras mães.
Em 1895 as irmãs doaram o prédio ao Sínodo Evangélico Rio Grandense (hoje IECLB), e o local se transformou no Internato para Meninas de Novo Hamburgo. Com cerca de 60 alunas, houve a necessidade da primeira reforma. Em 1912, a casa foi novamente modernizada para poder receber um maior número de meninas. Entre as inovações, estavam a construção do segundo piso para dormitório de alunas e professoras. No local as moças recebiam aulas de Português, Religião, Música (aprendendo a tocar instrumentos como o piano), Pintura e Bordado.
No final da década de 90 um incêndio destruiu boa parte do prédio, que durante anos ficou abandonado. Com a iniciativa da atual Administração, o prédio se tornará um importante ponto turístico, histórico e de preservação cultural da cidade.