Catadores iniciam coleta seletiva no Centro

Publicada em 21/09/2011 - Atualizada em 17/10/2024
Os trabalhadores reservam caixas para separação do material - Foto: Renata Arteiro
Desde o início de setembro de 2011, o Centro de Novo Hamburgo começou a participar do processo de implantação da coleta seletiva solidária. Através do programa CataVida, desenvolvido pela Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), catadores formados em cursos de geração de resíduos sólidos trabalham recolhendo, separando e reciclando o lixo coletado por eles na área central da cidade.

Além de ajudar a diminuir o impacto ambiental, causado pelo descarte inadequado de resíduos, o trabalho disponibilizado na Central de Catadores Unidade Centro (inaugurada em junho), os trabalhadores melhoraram de vida. A catadora Graziele da Silva Machado, de 24 anos, conta que não tinha local adequado para trabalhar e ganhava pouco para o sustento. “Antes da inauguração aqui da Central eu catava e levava todo o lixo para casa. Então uma pessoa recolhia e vendia para as indústrias. Hoje, eu tenho esse galpão com muito espaço para separar e pesar. Assim ganho mais, porque a indústria compra direto da gente”, relata.

De acordo com a coordenadora do programa, Vera Rambo, antes dos trabalhos começarem na Central, todos os 14 catadores vinculados receberam equipamentos de segurança, como óculos, luvas, jalecos e botas. “Desde que começamos, o objetivo do CataVida foi de mudar a realidade da geração de resíduos e da vida de quem trabalha com isso em Novo Hamburgo. Quando iniciamos, percebemos que eles trabalhavam sem nenhum tipo de segurança. Agora isso mudou”, garante. O que mudou também foi a qualidade da vida da dona Geni da Silva, de 56 anos. “Eu trabalhava na rua, sem nenhum tipo de equipamento. Nem sabia direito o que era lixo reciclável. Me senti muito importante quando eu me formei depois de aprender tanta coisa boa. Tudo isso é uma benção para a gente”, comemora.

Com a abertura dos trabalhos na Unidade Centro, a Cooperativa de Construção Civil e Limpeza Urbana (Coolabore) administra o local e auxilia os catadores. Nas próximas semanas, através de um convênio assinado com a Fundação Banco do Brasil, chegarão elevadores, prensas, bombonas e mesas que facilitarão ainda mais o desenvolvimento das operações.

Trabalhos já apresentam resultados

Os 14 catadores da Central trabalham com carrinhos manuais recolhendo os resíduos de lojas e residências e levando para o local. Além disso, eles iniciaram uma campanha de conscientização com a comunidade, entregando panfletos com métodos de separação do lixo. “Estamos sendo muito bem atendidos por todo mundo aqui no Centro, eles já deixam tudo muito separado para gente recolher”, conta a catadora Geni.

Os números de recolhimento de lixo também apresentam resultados positivos. Em dois dias trabalho, foram contabilizados mais de uma tonelada de resíduos recolhidos e separados, que são vendidos para indústrias e o valor arrecadado, repassado aos trabalhadores, colaboradores e para a manutenção da Unidade. Além dos números significativos e da conscientização das pessoas, a catadora Marli Terezinha Pilone, de 39 anos, conta a mudança mais importante para ela. “Agora, a gente é visto com respeito. Eu tenho uma profissão e as pessoas acreditam e respeitam isso nas ruas”.

Novo Hamburgo terá mais Centrais de Reciclagem

Além das unidades do Centro e da Roselândia, a Prefeitura projeta dois novos locais de trabalhos para os catadores. Um deles no bairro Rondônia, que já está em fase de construção e deve ser inaugurado ainda neste ano. “Era essencial uma central no Rondônia, porque temos muitos catadores lá e também no bairro Canudos, que poderão trabalhar no local”, explica Vera Rambo. A outra unidade está programada para o bairro Santo Afonso e deverá ser implantada em 2012.