Mais de 300 moradores da Vila Kippling, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, participaram na tarde de quarta-feira, 3 de agosto, de um ato que simboliza o início de uma expressiva mudança na vida de toda a população do local. O prefeito Tarcísio Zimmermann sancionou a lei municipal que permite a transferência da área da vila para a Administração. Com isso, o poder público poderá regularizar a região onde vivem cerca de 900 famílias, fazendo obras de saneamento, pavimentação e iluminação. “Logo quando assumi o governo, a Vila Kippling era um dos locais que mais me preocupava. E para melhorar a vida de cada um de vocês nós estamos iniciando este longo e importante processo”, destacou Tarcísio.

O secretário de Habitação, Juarez Kaiser, aproveitou o momento para parabenizar a comunidade da vila, que auxiliou o poder público no processo. “Hoje nós damos início a um trabalho que contou com ajuda de todos vocês para que se tornasse realidade, pois foi pelas reivindicações de vocês que conseguimos aprovar os projetos para esta área”, ressaltou Kaiser. Desde 2010 a Prefeitura vem requerendo recursos junto ao governo federal para a regularização da área. Já foram aprovados mais de R$ 24 milhões para a construção de 550 novas moradias no local e mais R$ 9 milhões para obras de sistema de esgoto, pavimentação, rede de água, iluminação e regularização documental de cada moradia. Além disso, com R$ 4 milhões vindos da contrapartida municipal, projetos para evitar os alagamentos já estão sendo feitos por uma empresa contratada pelo Município.

O prefeito Tarcísio apresentou aos moradores presentes o projeto da regularização da vila, e explicou tudo que poderá ser feito após a posse das terras pela Prefeitura. “Nós não podíamos fazer nenhum tipo de obra aqui antes, pois era uma área particular. Por esse motivo, ocorrem alagamentos e as condições de muitas moradias são precárias. Agora, com o poder público dono desta área, poderemos de fato mudar a situação deste local”. Ao final do encontro, onze moradores da vila formaram uma Comissão, a pedido de Tarcísio, para auxiliar o Município no processo de regularização. São eles: Lourdes da Silva, Selmir Fioravante, Leonel Ramirez Esperança, Lindomar da Veiga, Cláudia Barbosa, Rosane Brun, Osório Chaves, Jeni Damai Camargo, Ilton Franck, Adélio Batista e Pedro Fioravante.

Mais áreas serão regularizadas

Para regularizar a moradia das mais de 43 mil pessoas que vivem em áreas irregulares em Novo Hamburgo, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Habitação (SEHAB), está investindo cada vez mais nos projetos de regularização fundiária. Além da Vila Kippling, onde serão beneficiadas cerca de 900 famílias, que poderão morar em habitações regulares, com infraestrutura, saneamento e calçamento, a SEHAB planeja a regularização de outras nove áreas do Município. As vilas Palmeira, Martin Pilger, das Flores, Getúlio Vargas, Marcírio J. Pereira, Cardoso Neto e os loteamentos Morada dos Eucaliptos, Roselândia e Eucaliptos, contabilizam mais de duas mil famílias que passarão a ser donos de imóveis regulares graças à iniciativa.

Com todos os projetos, cerca de 12.600 pessoas serão beneficiadas, o que representa 30% da população que vive em locais irregulares atualmente. “São muitas pessoas que vivem de forma irregular, e se conseguirmos finalizar todos esses projetos em vista, iremos regularizar a situação de 30% da população de Novo Hamburgo, número que consideramos um grande avanço”, comemora o secretário de Habitação, Juarez Kaiser. Em algumas das áreas, como o Loteamento Morada dos Eucaliptos, no bairro Canudos, a população já vive de forma organizada, com infraestrutura e saneamento. Nesses locais, a regularização ocorrerá apenas na forma documental, ou seja, registrando cada moradia no nome de seu dono e fazendo o levantamento topográfico. Outras, como a Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso, precisarão da regularização total, com novas moradias, através do programa Minha Casa, Minha Vida, melhorias nas habitações já existentes, saneamento e calçamento das ruas.

O investimento total previsto para todos estes projetos chega a R$ 80 milhões, vindos do governo federal através do Ministério das Cidades com contrapartida do poder público municipal. Para promover as mudanças de forma democrática, todos os projetos passam pela aprovação dos moradores das áreas, que através das Audiências Públicas, conhecem as iniciativas, tiram dúvidas e fazem sugestões. “As audiências são de extrema importância porque é nelas que percebemos as necessidades de cada morador, de cada vila. E ao final de cada reunião, eles aprovam ou não os projetos”, explica o diretor de Produção Técnica e Regularização Fundiária, Jairo Peralta.