Guarda Municipal contabiliza 900 trotes telefônicos por mês

Publicada em 21/07/2011 - Atualizada em 17/10/2024
Os Guardas Municipais Kohn (ao telefone) e Silveira (ao rádio), trabalham na Sala de Operações da GM e atendem as denuncias do “153”. Trotes chegam a 900 por mês - Foto: Diogo Fernandes
O número “153”, disponibilizado pela Guarda Municipal (GM) de Novo Hamburgo para o atendimento a denúncias dos hamburguenses, contabiliza o recebimento de 30 trotes telefônicos por dia, o que mensalmente soma cerca de 900 atendimentos falsos. Diariamente o total de ligações recebidas pelo número de emergência chega a 300, portanto, 10% do montante são trotes.

Segundo o diretor da GM, Everaldo Rosa de Souza, esta é uma atitude que dificulta o trabalho dos agentes de segurança pública. “Uma pessoa que passa um trote pode prejudicar outra que necessita do serviço, além de cometer um crime que pode gerar ocorrência na delegacia e o autor responder na Justiça, além de pena que pode variar de um mês a três anos de prisão”, aponta. A ação pode ser considerada injúria, perturbação ou interrupção do serviço telefônico.

A incidência é maior no início da noite e nos finais de semana. Um motivo que pode levar a esta ampliação gira em torno de um dos perfis mais frequentes na efetuação dos trotes: crianças entre 6 e 14 anos. “As ligações falsas aumentam no período em que as crianças não estão nos espaços de ensino, por isso seguimos com o trabalho sobre o tema no programa Guarda nas Escolas. Também alertamos aos pais que controlem o acesso ao telefone residencial e ao celular”, comenta Souza.

Mas não são apenas as crianças que realizam esta prática. Os adultos também usam o “153” para trotes. “Pessoas caídas na rua, estacionamento em local proibido, xingamentos e até assédio estão entre os temas mais frequentes. Há aqueles que ligam e não falam nada e até alguns que fazem cantadas aos operadores da central”, diz o inspetor chefe da Sala de Operações, Erlínio Derli Botega.

Os profissionais que trabalham ao telefone de denúncias recebem capacitações com técnicas de atendimento e, em alguns casos, já conseguem identificar quando uma ligação é trote. Os telefones da GM contêm identificador de chamadas e há alguns meses dados como nome, número de telefone e placas de veículos (em caso de acidente) são solicitados. Souza explica que mesmo sem essas informações, as denúncias são averiguadas. “O guarda deve ter o equilíbrio e a capacidade de ouvir, se mostrar interessado e saber administrar uma situação. Este é um dos princípios da nossa profissão. Precisamos diminuir os trotes em todas as áreas da segurança pública e contamos com o apoio da comunidade”.