Prefeitura mobiliza agentes para prevenção à dengue

Embora Novo Hamburgo nunca tenha registrado caso de dengue contraída no próprio Município, o secretário de Saúde, Roque Werlang, afirmou que o objetivo é potencializar o trabalho preventivo à doença. “Queremos capacitar e atualizar nossos profissionais da saúde para que eles possam realizar a conscientização de moradores de forma mais incisiva”, completou. A agente de saúde Camila Luciana Jaime, 31 anos, que trabalha na Unidade de Saúde da Família (USF) Getúlio Vargas, destacou a importância dessa capacitação. “Nós realizamos visitas domiciliares para atender aos moradores, e agora poderemos informá-los com maior qualidade, até porque muitas vezes não temos todo o conhecimento para conscientizá-los”, explicou. Os agentes são estimulados ainda a procurar por locais de retenção de água. Durante a atividade, foram apresentados o trabalho conjunto entre a Prefeitura e a universidade, os principais focos de proliferação da dengue no Município e o processo de evolução do Aedes aegypti.
LIRA
Ao longo da segunda semana do mês de março, 32 agentes da Feevale trabalharão no Levantamento de Índices Rápido para o Aedes aegypti (LIRA). O serviço consiste na visita a residências e imóveis de diversos pontos de Novo Hamburgo para a busca de possíveis focos do mosquito. As amostras recolhidas são analisadas pelo Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) do Município. Esse serviço já acontece durante o ano, mas os agentes percorrem de bairro a bairro. Nessa semana, será realizado um levantamento simultâneo de quais áreas podem ser afetadas. A tendência histórica é de que a proliferação aumente nos meses de março e abril.
Além das visitas, o projeto engloba ainda a vistoria semanal de 64 armadilhas e 119 pontos estratégicos em todo o território. As armadilhas consistem em pneus rasgados para a proposital retenção de água. Já os pontos são locais onde é mais comum existir larvas do mosquito, como em borracharias e ferros-velhos. A preocupação é também descobrir quais regiões possam estar sendo atingidas. O biólogo Paulo Henrique Schneider, coordenador do Projeto de Combate à Dengue da Universidade Feevale, contou que o trabalho realizado também envolve a conscientização. “Os moradores precisam entender a importância de não deixar água parada. O ciclo do Aedes aegypti, de larva a mosquito, é de sete a dez dias. E só podemos combatê-lo no momento em seus primeiros estágios, tirando a água limpa de recipientes”, explicou.
Conscientização
A Prefeitura irá lançar ainda uma campanha de conscientização para os cuidados com a dengue. De acordo com o secretário Werlang, esse trabalho de informação é o mais importante. “Queremos que toda nossa rede esteja atenta a possíveis casos. Mas queremos principalmente que os moradores trabalhem para que não tenhamos casos no Município”, defendeu. A coordenadora de Vigilância em Saúde, Solange Shama, mostrou que até agora Novo Hamburgo não apresentou casos autóctones da doença no ano (que foram adquiridas no Município). “Nossa preocupação é que há casos na região, e as pessoas viajam e trabalham em outras cidades. É por isso que é tão necessário esse trabalho de prevenção”, salientou. Solange lembra que os moradores podem denunciar casos de água parada pelo telefone 156, pedindo pela Ouvidoria do SUS.
Como evitar a proliferação do mosquito:
- Não deixe ao ar livre lixo ou vasilhas que possam acumular água.
- Mantenha calhas, canos e ralos desentupidos.
- Trate a água de piscinas com cloro.
- Mantenha as garrafas vazias viradas com a boca para baixo.
- Troque a água destinada aos animais todos os dias e esfregue as paredes internas dos bebedouros pelo menos uma vez por semana.
- Não acumule pneus velhos. Se você guardar, deve furá-los ou mantê-los cobertos.
- Tampe caixas d'água, tonéis, barris e latões.
- Retire a água parada acumulada nas folhas das plantas.
- Coloque areia nos cacos de vidros dos muros.
- Mantenha os pratos dos vasos sem água. Escove bem para remover possíveis ovos do mosquito e encha o prato com areia.