Começa dia 16 a restauração do Lar da Menina

O Lar da Menina hoje se encontra em ruínas. O desgaste do tempo, as invasões e as situações de incêndio pelos quais as edificações passaram provocaram sérios prejuízos, inclusive com pontos com risco de desabamento, fato que motivou o isolamento da estrutura, não permitindo o acesso de pessoas. No entanto, assim que restaurado, o Lar da Menina passará a abrigar um módulo da Hamburgtec, parque tecnológico urbano para empresas de economia criativa, e espaços para exposições, memoriais, cafeteria, livraria, ludoteca e videoteca. São mais de 1 mil metros quadrados que passarão por total recuperação. Para promover essa restauração, arquitetos tiveram como base informações do imaginário coletivo da comunidade do bairro Hamburgo Velho.
A restauração do antigo Lar da Menina está incluída no Plano Municipal de Desenvolvimento Integrado (PMDI), que prevê a recuperação do Centro Histórico de Hamburgo Velho, do Centro da cidade, do Parcão e da Sub-bacia do Arroio Pampa. A previsão é de que as obras durem 18 meses.
Sobre o Lar da Menina
Inicialmente chamado de "Evangelisches Stift" (Fundação Evangélica), o Lar da Menina foi fundado pelas irmãs Lina e Amália Engel, que adquiriram o prédio (construído em meados de 1886) que pertencia ao Sr. Jacob Kroeff, para nele realizarem um trabalho voltado para moças evangélicas. A iniciativa oferecia às alunas uma sólida formação moral e cristã, além de prepará-las para os encargos do lar e orientá-las como futuras mães.
Em 1895 as irmãs doaram o prédio ao Sínodo Evangélico Rio Grandense (hoje IECLB), e o local se transformou no Internato para Meninas de Novo Hamburgo. Com cerca de 60 alunas, houve a necessidade da primeira reforma. Em 1912, a casa foi novamente modernizada para poder receber um maior número de meninas. Entre as inovações, estavam a construção do segundo piso para dormitório de alunas e professoras. No local as moças recebiam aulas de Português, Religião, Música (aprendendo a tocar instrumentos como o piano), Pintura e Bordado.
No final da década de 90 um incêndio destruiu boa parte do prédio, que durante anos ficou abandonado. Com a iniciativa da atual Administração, a estrutura se tornará um importante ponto turístico, histórico e de preservação cultural da cidade.