Uma solução sustentável de aproveitamento do lixo produzido em casa
Aprenda a fazer uma composteira para obter adubo e fertilizante de qualidade para as suas plantas

Ter atitudes voltadas à sustentabilidade exige esforço diário de atenção ao que se consome e à maneira como se descarta o lixo. Para aproveitar restos de alimentos, uma solução é fazer uma composteira caseira.
Desta forma, vasos e canteiros passam a receber o adubo orgânico e. ainda, pode-se aproveitar o líquido proveniente do composto para fazer um fertilizante de qualidade. O objetivo ao se fazer a compostagem com minhocário é favorecer o crescimento e a saúde das plantas. E o meio ambiente agradece pela iniciativa simples, mas que representa uma mudança de hábito.
A compostagem serve para transformar os resíduos vegetais em adubo orgânico. Assim, não se desperdiça a oportunidade de produzir uma excelente fonte de nutrientes para as plantas cultivadas em casa, ao mesmo tempo em que se evita a contaminação dos resíduos sólidos que vão para a reciclagem por meio da coleta de lixo.
O sistema pode ser bastante simplificado. Para começar, providencie três baldes com tampa, com capacidade de 15 ou 18 litros/quilos cada um deles, reaproveitando recipientes usados e limpos preferencialmente. A capacidade corresponde ao uso médio de uma família de três pessoas. Também podem ser usadas caixas plásticas na montagem da composteira caseira que, por ser vertical, cabe com tranquilidade na sacada de um apartamento.
Basicamente, as ferramentas de trabalho são uma furadeira e uma faca serrilhada de ponta. Também é preciso providenciar uma torneira plástica com anel de vedação e sugere-se o uso de um borrifador para preparar o fertilizante líquido na proporção de 10 medidas de água para 1 de chorume.
Minhocas vermelhas são a peça-chave do processo
As minhocas californianas vermelhas, que tem origem europeia na verdade, podem ser adquiridas em casas de jardinagem. São o principal elemento do processo doméstico conhecido como vermicompostagem. Prático, higiênico e de fácil manuseio, o sistema não exala mau cheiro nem atrai insetos.
Junto aos micro-organismos do composto, os bichinhos abrem galerias no solo, ajudando a arejar o composto, e transformam restos de alimentos em adubo de excelente qualidade por meio de seus dejetos. A terra se torna enriquecida com hormônios e outras substâncias que contribuem no fortalecimento das plantas, conferindo maior resistência a pragas.
Cooperativa de reciclagem contribui com passo a passo sobre o sistema de compostagem
De acordo com o coordenador da cooperativa de catadores Univale, Alessandro Alves, referenciado ao Catavida, o preparo de uma composteira caseira é mais fácil do que se imagina. No entanto, a montagem requer que se siga algumas orientações básicas que garantem a produtividade do equipamento. O programa de gestão de resíduos sólidos Catavida está vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) e tem parceria educacional com a pasta de Meio Ambiente (Semam).
“Quase todos os restos orgânicos podem ser usados na composteira, com exceção de alimentos gordurosos, como também não se deve acrescentar comida salgada ao composto”, observa Alves. “As minhocas e outros agentes decompositores são muito sensíveis à desidratação provocada pelo sal.”
Basicamente, utilize cascas de verduras, frutas, restos de grama, folhas, restos de alimentos cozidos ou assados.
Frutas cítricas devem ser evitadas na compostagem, assim como os restos e as cascas de alho e cebola. Já os ossos concentram fosfato de cálcio, o que os torna mais resistentes ao processo de decomposição. Cascas de ovos nem precisam ir para a compostagem, pois basta que sejam trituradas ou moídas e distribuídas diretamente na terra do plantio.
Saiba mais
Separe três baldes ou três caixas plásticas com tampas. Você vai precisar também: de uma faca de ponta serrilhada, não muito afiada para evitar acidentes; uma torneira plástica (daquelas usadas em bombonas de água), com anel de vedação em borracha, uma furadeira e cerca de 250 minhocas californianas, mais a terra preta. Também será importante alternar os restos de alimentos com serragem seca e grossa, proveniente de madeira bruta (sem tratamentos como verniz), que se consegue em madeireiras.
Primeiro recipiente
Comece a fazer a sua composteira pelo primeiro balde, que dá sustentação a todo o projeto e que ficará perto do chão, apoiado sobre um tijolo de preferência. Esse recipiente servirá como coletor do chorume, que é o líquido proveniente da matéria orgânica. Na lateral desse balde, perto da base do fundo, abra um furo do tamanho ideal para a instalação de uma torneira plástica, a mesma que se costuma usar em galão de água, que deve ficar bem vedada.
Perto da boca desse balde, faça furos em toda a volta. Afinal, a compostagem é um processo aeróbico, que chega a reduzir em até 80% o volume dos resíduos orgânicos pela degradação provocada pelo oxigênio.
Segundo e terceiros recipientes
O segundo e o terceiro recipientes devem ser perfurados em toda a volta, perto das bocas. E também no fundo de cada um deles, onde se deve fazer furos mais largos, bem lixados. É importante não deixar rebarbas nessas perfurações a fim de que as minhocas possam passar de um recipiente para outro. Os furos também ajudam na ventilação, já que as minhocas excretam amônia, que é fonte de nitrogênio, um elemento necessário para a fertilização do solo.
Em relação às tampas, deixa-se uma delas intacta para ser colocada em cima da pilha de baldes ou de caixas plásticas e evitar a aproximação de bichos. Quanto às demais, corta-se o centro delas, preservando apenas uma borda que servirá de apoio ao recipiente a ser encaixado por cima.
Para começar, monte a composteira com apenas dois dos baldes (o da torneira e um dos baldes perfurados), utilizando a tampa inteira para o fechamento final. Reserve o terceiro recipiente para ser usado oportunamente.
Ao longo de uns 30 dias, vá enchendo o balde do topo com as sobras da cozinha, especificamente resíduos vegetais frescos, como cascas, talos e folhas. Como são materiais que soltam muita umidade à medida que se desmancham, vá intercalando a massa do composto com serragem, folhas secas ou grama bem seca. Por cima de tudo, sempre, despeje borra de café que, com o seu cheiro forte, evita o odor desagradável que costuma atrair insetos.
Quando o recipiente do topo estiver completamente preenchido de matéria orgânica, chegou a hora de posicioná-lo no meio do projeto, adicionando mais um balde vazio por cima e que terá fechamento com a tampa inteira.
Ao subir essa peça, já se observa parte da decomposição, sendo que o composto será liberado ao uso como adubo entre 30 e 60 dias. Com o novo recipiente por cima, o terceiro da composteira, abre-se espaço à colocação de novos resíduos. E assim segue o ciclo da compostagem de maneira ininterrupta.
Para saber mais detalhes sobre como montar a sua composteira, confira o vídeo (clique aqui) na página do Facebook da Prefeitura de Novo Hamburgo.