Nota de esclarecimento: corte da falsa-seringueira nas avenidas Victor Hugo Kunz com Nicolau Becker

O exemplar arbóreo é uma falsa seringueira, com o nome original de Ficus elastica, originária da Malásia e conhecida popularmente como “árvore-da-borracha”. Trata-se, portanto, de uma espécie invasora. Agressiva quando plantada no solo, as suas raízes costumam destruir galerias pluviais, redes de esgoto, tubulações de gás, fiações subterrâneas, fundações e o que mais estiver ao seu alcance. Em primeiro lugar, recomenda-se sempre o plantio de árvores nativas em vez de exóticas como a Ficus elastica.
Com relação especificamente ao caso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) informa que todas as etapas de vistoria foram cumpridas, até que o alvará de manejo de vegetação fosse concedido, em razão de pleno acordo com trâmites legais. Em tempo: a referida solicitação foi protocolada em 2014.
Conforme a Semam, o requerimento para o manejo conta com “Laudo de Avaliação de Exemplar Arbóreo”, assinado por engenheiro florestal e analisado e dado parecer pela Gerência de Proteção Ambiental da pasta. O parecer favorável ao corte se baseou no fato de que esta Ficus elastica compromete muito o passeio público, impossibilitando a passagem de pedestres, além de danificar o muro que fica ao seu lado e invadir a via pública – com comunicados de problemas junto à Diretoria Municipal de Trânsito e registro de Boletim de Ocorrência em virtude de acidentes. Apontou-se, ainda, a proximidade das raízes com a canalização de gás, além de danos à vegetação nativa adjacente, no caso, dois ipês que se encontram bem próximos da Ficus elastica.
O laudo que classifica os motivos da retirada da árvore é vasto e encontra-se de posse da Semam, bem como do Ministério Público. É importante ressaltar que a avaliação da concessão do alvará de manejo passou pela avaliação criteriosa, em reunião extraordinária, do Conselho Municipal de Saneamento Ambiental (Consam), que resultou em votação unânime favorável dos integrantes da entidade diante dos fatos apontados no laudo conclusivo.
Como contrapartida à retirada do exemplar de Ficus elastica, a decisão prevê a compensação de plantio de cinquenta (50) árvores, em mudas de 2,5 metros de altura, com tutela da empresa responsável pela remoção, a serem cultivadas no bairro histórico de Hamburgo Velho. Assinala-se, também, a devida preservação garantida dos dois ipês que se encontram no local.
Por fim, como a referida espécime encontra-se em Hamburgo Velho, torna-se relevante mencionar o aval oficiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS (IPHAE). O documento assinado por seus membros, em parecer favorável ao procedimento, menciona que “entendemos que a referida árvore deva ser retirada e que os ipês devem ser mantidos”. Lembrando que essas espécies nativas têm sido preservadas pela Semam com os devidos cuidados que envolvem o aproveitamento de seu plantio em lugares públicos e urbanos.