Arte que leva autoestima para a comunidade hamburguense
A mostra “Vestígios da Memória”, com os artistas Lurdi Blauth e Tacho, traz à tona os sentimentos do Movimento Casa Velha

Ao dar sequência à comemoração pelos 40 anos do Movimento Casa Velha, a Secretaria Municipal de Cultura realizou nesta quinta-feira, dia 3, a abertura da mostra “Vestígios da Memória” na Pinacoteca Municipal do Espaço Cultural Albano Hartz. Os artistas convidados para a segunda etapa dessa marcante exposição, que traz à tona os sentimentos artísticos da década de 1970, são o chargista Gilmar Luiz Tatsch, o Tacho, e a professora de Artes Visuais Lurdi Blauth.
Marcada pela emoção, a noite no central Calçadão contou com a presença da família do saudoso Carlos Alberto de Oliveira, o Carlão, um artista que colocou Novo Hamburgo no mapa brasileiro da arte naif (primitivista). “Nós queremos transformar o Carlão no primeiro ícone pop da cidade”, ressaltou em sua fala ao público o secretário de Cultura, Ralfe Cardoso. Ele se refere a assentar a arte produzida no Município, a partir de um de seus protagonistas, no conceito da indústria criativa, que vê o artista como profissão, um ofício promissor. Desta forma, os trabalhos locais criados a partir de capacidades individuais passam a movimentar a economia pelo eixo de uma cadeia produtiva. E ainda: no Albano Hartz, o evento marcou a troca do acervo exposto no permanente Memorial Carlos Alberto de Oliveira, o Carlão.
A prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, saudou os presentes e destacou a importância da arte e da cultura para a população. “Como arquiteta e urbanista, eu sentia uma inquietude muito grande pela perda da nossa autoestima em relação à cidade, mas estamos nesta gestão fazendo o importante resgate do orgulho de pertencer a Novo Hamburgo”, comentou a prefeita. “Este é um município que produziu muitos artistas, e que venham muitos outros, porque a arte está no nosso DNA.”
Estiveram presentes na noite de vernissage a secretária de Desenvolvimento Econômico, Paraskevi Bessa-Rodrigues, e sua chefe de Gabinete, Ana Rita Schenkel, o secretário de Administração, Lineo Baum, o procurador-geral do Município, José Cacio Bortolini, a secretária de Desenvolvimento Social, Flávia Ruschel Petry, a assessora pedagógica Márion Schütz, representando a secretária de Educação, Maristela Guasselli, e o diretor-geral da Comusa, Silvio Klein.
Os artistas
O Tacho cartunista e chargista começou a se delinear, literalmente, naqueles idos dos anos 1970, que marcaram a sua participação no movimento ao lado de Marciano Schmitz, Flávio Scholles e Carlos Alberto de Oliveira, o Carlão. Isso aos 18 anos de idade. “Aqui, no Albano Hartz, eu trouxe o meu trabalho mais recente de charges”, comenta Gilmar Luiz Tatsch, o Tacho. “Há 40 anos havia um movimento forte do teatro em Novo Hamburgo e, em paralelo, nós formávamos um bando de cartunistas, pegando carona na leva de artistas plásticos que começavam a surgir na cidade.”
Já a educadora universitária e de cursos de pós-graduação da Universidade Feevale, na área de Artes Visuais, Lurdi Blauth teve a sua trajetória costurada à Casa Velha há 40 anos como professora de tapeçaria. Para a mostra "Vestígios da Memória", ela trouxe os seus trabalhos nas técnicas de gravura em metal e calcografia com fotografia. “Há anos eu venho coletando ninhos de passarinho que caem no meu jardim e que são a base de uma das séries que exponho aqui”, aponta. “Em outro ponto do espaço estão os trabalhos feitos a partir das imagens da antiga prisão uruguaia de Miguelete, em Montevidéu, que pelo alto contraste mexem muito com as sensações do espectador.”
Serviço:
Vestígios da Memória: Exposição Movimento Casa Velha 40 anos
Duração: até o dia 16 de outubro
Visitação: de segunda a sexta, das 9 horas às 17h30, e sábado das 9 às 13 horas
O quê: Exposição de Lurdi Blauth e Tacho