Para muitos gaúchos, setembro é o mês de celebrar as raízes do povo rio-grandense ao comemorar o aniversário da Revolução Farroupilha. Em Novo Hamburgo, mais de 10 mil pessoas estiveram ao longo da Av. Pedro Adams Filho, na terça-feira, 20 de setembro, para prestigiar o Desfile Farroupilha, maior atividade da Semana do Gaúcho. Mais de 20 entidades participaram do evento realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura (SECULT), em parceria com a Associação Cultural Tradicionalista de Novo Hamburgo (ACTNH). Na abertura da festividade, o prefeito em exercício, Roque Serpa, ressaltou a importância do evento no resgate das tradições do estado: “O tradicionalismo tem uma expressão forte em nosso Estado, representado acima de tudo no modo de ser gaúcho, na fibra e na determinação de nosso povo”, afirmou.

O presidente da ACTNH, Mauro Bonfada, também destacou a relevância da semana dedicada a Cultura Gaúcha. “Durante todo o ano, as entidades tradicionalistas promovem a cultura gaúcha por meio de palestras, oficinas, grupos de danças, entre outras atividades. Mas nesse período, o trabalho é intensificado”, contou. Sobre o Desfile deste ano, Bonfada mostrou-se satisfeito com o resultado. “Foi um momento de congregação entre todos. Trabalhamos muito por esse evento, e acredito que ter sido maior dos últimos anos”, afirmou.

Participação dentro e fora da avenida

A população hamburguense apoiou em peso o evento que marcou as comemorações farroupilhas no Município. Após os hinos nacional e rio-grandense, e as falas das autoridades, o desfile foi aberto pela passagem dos batedores da Guarda Municipal, seguido pelo desfile das novas viaturas entregues no dia anterior, 19 de setembro, para o projeto Escola Mais Segura. Em seguida, a Guarda Mirim levou as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e de Novo Hamburgo. Estiveram também presentes 27 escolas municipais, que desfilaram com seus alunos pilchados e trouxeram curiosidades sobre a cultura gaúcha à avenida. A atividade deu seguimento com a participação de nove Centros de Tradição Gaúcha (CTGs), e finalizou com as alas dos carreteiros e dos calavarianos.

A Prenda Xirú e o Peão Xirú do CTG Estância da Liberdade, Raquel Souza, 43 anos, e Algir Souza, 41 anos, guardiões da Chama Crioula durante a festividade, destacaram a importância da posição. “Este é um direito conquistado pelo gaúcho de celebrar as tradições. Tudo é preparado ao longo do ano com muito carinho, e a Chama Crioula é o símbolo máximo da celebração”, afirmou Raquel. “Trabalhamos para trazer o público para dentro de nossos centros de tradição. Com a cultura do gaúcho, buscamos introduzir ao público nossas raízes”, completou Souza.

Os irmãos Sara da Silva, 12 anos, e Lucas da Silva, 14 anos, foram acompanhados da mãe, a auxiliar de limpeza Rosane da Silva, 50 anos, a assistir o Desfile Farroupilha. Segundo Rosane, todos os anos a família prestigia o evento. “Acho lindo, buscamos sempre estar perto das tradições. Precisamos passar nossas raízes adiante, não deixar a tradição morrer”, destacou. Ainda de acordo com a mãe, acompanhar a atividade é um momento de diversão para as crianças. “O que eles mais gostam é de vestir a pilcha, se pudessem, andariam sempre assim”, completou.