As obras para a construção do extravasor da Rua Ícaro já começaram. As primeiras alterações e placas orientando o trânsito já podem ser notadas. Muito esperado pelos moradores do Bairro Canudos, o projeto da Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria de Obras Públicas e Serviços Urbanos (SEMOPSU), busca sanar problemas de alagamentos na região da bacia do Arroio Peri, em Canudos, desviando parte da água para o Arroio Pampa. A construção, localizada entre a Avenida Victor Hugo Kunz e a Rua Madrid, terá 1.120 metros.

O investimento total do projeto será de R$ 8.455.495,26, com verba financiada pelo PAC 2, Manejo das Águas, e com contrapartida do Município de R$ 1.935.462,64. Deste total, R$ 4.884.594,26 serão para a obra e R$ 3.571.490,00 para o fornecimento das galerias. Segundo a SEMOPSU, a intervenção criará um canal de escoamento para ampliar a vazão do fluxo de águas da região, evitando que o Arroio Peri transborde. A obra deve resolver um problema histórico de cheias e enchentes e beneficiar mais de 20 mil moradores e comerciantes das proximidades da via. Estima-se que a região seja afetada há pelo menos 40 anos. A construção da solução para os moradores da localidade surgiu a partir do Orçamento Participativo (OP).

A comerciante da Rua Ícaro e moradora do bairro Canudos, Simone Pereira, 32 anos, comemora a obra. Segundo Simone, vários comerciantes e moradores locais já perderam muito com as enchentes do Arroio Peri. “Sempre que chove forte, a rua alaga. A obra trará diversos benefícios para nós”, afirma. O secretário de Obras Públicas e Serviços Urbanos, Saulo Souza, explica que a demanda surgiu da própria população da região e que estão todos empolgados com o início da intervenção. “Todos estão nos recebendo muito bem. Muitos lutam por essa obra há décadas. Estamos felizes demais de poder executá-la”, declara.

A obra

O extravasor, que terá a capacidade de despejar 1.480 litros por segundo, terá 1.120 metros, indo da Avenida Victor Hugo Kunz até a Rua Madri. A galeria será construída em concreto pré-moldado com seção de 3,00 x 2,00 metros. As águas captadas pelo extravasor serão desaguadas no Arroio Pampa. Nas proximidades do Arroio Peri a construção desordenada acabou agravando as situações de cheias, muitas das casas chegam a invadir o leito do arroio.

Desvio no trânsito

Para que a execução da obra seja possível, foram previstas diversas alterações de trânsito, que já começam a valer esta semana. Tanto as alterações, quanto as obras serão divididas em cinco etapas. As orientações quanto ao trânsito estão sob a responsabilidade da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (SESMUR). A primeira parte envolverá o trecho da Rua Ícaro em direção a Avenida Victor Hugo Kunz, e envolve a implementação de sinalização de desvios e interrupções em alguns trechos que servirão de canteiro de obras. Com isso, será proibido o estacionamento em ambos os lados na Rua Campo Bom.

O desvio da primeira etapa iniciará na Rua Oslo até a Rua Jamaica. Os condutores que desejarem trafegar no sentido Sul-Norte, para se deslocar da Oscar Horn em direção a Avenida Victor Hugo Kunz, deverão entrar à esquerda na Rua Oslo, logo após a direita na rua Campo Bom até a Jamaica, retornando até a Ícaro. Já os motoristas que utilizam o sentido contrário, Norte-Sul, da Avenida Victor Hugo Kunz à Rua Oslo, necessitarão entrar pela direita na Rua Jamaica, em seguida pegar a esquerda na Rua Campo Bom, e chegar a Rua Oslo para avançar ao destino na Rua Ícaro. A construtora ConstruSinos é a responsável pela obra da sinalização. Quatro quadras serão envolvidas no processo. Só será permitido o acesso local ao comércio e para os moradores.

Mesmo com o bloqueio da Rua Ícaro, onde fica sua loja, a comerciante Queite Gomes, 25 anos, celebra os benefícios que a obra do extravasor trará à comunidade. “O transtorno vai valer a pena. Estávamos ansiosos para que a obra iniciasse logo”, declara ela. Moradora da Rua Oslo, por onde o trânsito será desviado nesta primeira etapa da intervenção, a dona de casa Janete Ferreira, 41 anos, também ficou feliz com o início dos trabalhos. “Todos somos afetados quando há enchentes, mesmo que não chegue a nossas casas, como no meu caso. Ficará muito melhor para todos”, afirma.